Caso Manuel Vicente: Ministério Público assume que não confia na Justiça angolana

“Por ora”, o Ministério Público português opõe-se ao envio do processo de Manuel Vicente para Angola, pois não confia na Justiça deste país. O ministro Santos Silva manifesta-se “muitíssimo preocupado” com este “irritante” que está a afectar as relações entre Portugal e Angola.
39.º Manuel Vicente
Miguel Baltazar
Negócios 13 de Janeiro de 2018 às 11:38

O envio para Angola do processo que envolve o ex-vice-presidente Manuel Vicente - suspeito de ter corrompido um amigo procurador do DCIAP para que arquivasse um inquérito-crime em que era visado - não permitira "a boa administração da justiça" porque aquele país não daria "prosseguimento ao processo ou, pelo menos, não dão garantias de que o fariam", de acordo com um documento do Ministério Público (MP) divulgado, este sábado, pelo semanário "Expresso".  

PUB

 

Numa resposta ao recurso da defesa de Manuel Vicente, o procurador do MP sustenta a sua posição com o facto de três cartas enviadas por Angola às autoridades portuguesas mostrarem que, se o processo seguisse para este país, o seu ex-vice presidente nunca seria julgado e muito menos condenado   

PUB

 

Uma das missivas nega a possibilidade de audição e constituição como arguido de Manuel Vicente, uma vez que goza de imunidade pelo facto de ter sido vice-presidente de Angola, outra sublinha que os factos de que é acusado são abrangidos por uma amnistia, e uma última argumenta que sem ter conhecimento dos factos não pode dizer se estão ou não abrangidos por uma amnistia.

PUB

 

"Estou muitíssimo preocupado, porque há aqui um ‘irritante’ que afecta o relacionamento bilateral, com a agravante de que a solução não depende do Governo português", afirmou o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em declarações ao "Expresso".

PUB
Pub
Pub
Pub