Citigroup alerta para risco de recessão global devido à China  

O banco de investimento atribuiu uma probabilidade de 55% ao cenário de a economia global entrar em recessão nos próximos anos. Os riscos estão nos países emergentes, sobretudo a China.
Negócios com Bloomberg 09 de Setembro de 2015 às 13:13

Contrariando a percepção da maioria dos grandes bancos de investimento, o Citigroup lançou esta terça-feira um alerta sobre o impacto da prestação dos países emergentes na economia global.

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Willem Buiter (na foto), economista-chefe do Citigroup, atribuiu uma probabilidade 55% ao cenário de a economia global passar por algum tipo de recessão nos próximos anos. Neste caso, refere o economista num estudo citado pela Bloomberg, o mais provável é que a recessão seja moderadamente profunda e curta.

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"O mundo parece estar a enfrentar um risco crescente de entrar em recessão, liderado pelos mercados emergentes e em particular a China," salienta Buiter, economista britânico conhecido por ter opiniões divergentes dos seus homólogos de outros grandes bancos de investimento.

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Instituições como o Goldman Sachs e o JPMorgan têm desvalorizado o impacto da forte travagem da economia chinesa. Já o Societe Generale atribui uma probabilidade de apenas 10% ao cenário de recessão na economia global devido à China.

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Segundo a perspectiva do economista do Citigroup, a economia chinesa estará nesta altura a crescer a um ritmo anual de 4%, bem distante da meta de 7% do Governo chinês. Buiter aponta para uma recessão global pouco profunda caso a segunda maior economia do mundo abrande ainda mais no próximo ano, para 2,5%.

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Além da China, a prestação de outras economias emergentes, como a Rússia, Brasil e África do Sul, é ainda pior e as economias desenvolvidas apresentam um comportamento "pouco brilhante".

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Sobre a China, Buiter adverte que o país enfrenta um risco "elevado e rapidamente crescente de um ciclo de aterragem brusca", devido ao excesso de capacidade instalada e endividamento em factores chave, bem como correcções nos mercados de capitais e no sector imobiliário.

    

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O abrandamento na China afectará as economias desenvolvidas sobretudo no comércio mundial, já que a segunda maior economia do mundo representa 14,3% do comércio mundial (dados de 2013).

 

Para evitar que o mundo entre em recessão em 2016, o economista do Citigroup sugere uma política monetária mais branda, mas reconhece que nos países mais desenvolvidos os bancos centrais enfrentam uma "escassez de munições".

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Buiter afasta para já uma recessão global como aconteceu na crise financeira de 2008 e salienta a dificuldade que os economistas têm em antever recessões, recuperações e períodos de forte crescimento, "a menos que estes estejam à sua frente". Buiter acredita que "esta é uma daquelas alturas".

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