Olá economia digital... Adeus salários médios!

O percurso luso na área da economia digital é sinuoso. A quantidade de dados a que as empresas têm acesso torna-se esmagadora. E o que se faz com tudo isto? Recolhe-se, trata-se, analisa-se. Para se garantir uma experiência personalizada. A milhões de clientes.
Miguel Baltazar/Negócios
Wilson Ledo 13 de Julho de 2016 às 22:20

Todos concordam. Não há volta a dar, a revolução digital é irreversível. E agora, o que acontece ao mercado de trabalho? José Miguel Leonardo, CEO da Randstad, vai directo à ferida: o digital acentuará uma "clivagem" entre quem ganha pouco e quem ganha muito.

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Pouco restará a meio. A classe média, como a conhecemos, migrará para um dos pólos. "Os salários médios estão em risco de desaparecer. Esta classe média tende a encurtar-se", defendeu na conferência anual do Negócios, com o tema "(r)evolução digital".

Até porque há uma nova geração que está disposta a ganhar menos, desde que seja feliz naquilo que faça e não se chateie muito. Chamam-lhes "millennials" e geração Z. Nasceram a partir de meados dos anos 80. Tarefas rotineiras – as mais afectadas pelos desafios da digitalização – é algo que pouco lhes interessa.

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"Estes miúdos preferem ir trabalhar para start-ups", mesmo que isso signifique menos dinheiro ao final do mês, reforça o presidente do IAB, Bernardo Rodo. É neste ecossistema de inovação que se costuma descobrir como tratar um "tsunami" de informação e ditar tendências.

As marcas acham que "conseguem ir a todas as pessoas", lembra Bernardo Rodo. Mas o caminho para ter sucesso no digital segue no sentido inverso: na personalização da experiência. O verdadeiro desafio está em saber organizar e interpretar a informação que as empresas vão recolhendo dos seus consumidores.

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"Queremos que o cliente possa ser tratado pelo seu nome, não com uma oferta massiva", ilustra o CEO do Bankinter. Carlos Brandão admite que a informação que o sistema bancário consegue aceder é "poderosa". Daí que caiba aos bancos – e outras empresas – uma "responsabilidade social" no tratamento destes dados.

Ao contrário do que se possa pensar, Portugal tem-se sabido afirmar nos desígnios da economia digital. "Estamos a liderar muito boas iniciativas na revolução digital", posiciona o director da HP, Carlos Leite. O caminho é sempre em frente, mesmo que o percurso continue recheado de dúvidas.

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