Trump ameaça Europa com tarifas sobre 11 mil milhões em importações por subsídios à Airbus

A Casa Branca já lançou uma lista dos itens que podem vir a ser taxados como forma de retaliação aos subsídios que a União Europeia concede à Airbus, o que, na ótica de Trump, prejudica indevidamente a rival americana Boeing.
Negócios com Bloomberg 09 de Abril de 2019 às 07:41

O presidente norte-americano, Donald Trump, avançou a possibilidade de impor tarifas sobre 11 mil milhões de dólares de bens importados da Europa, como forma de contestar os subsídios atribuídos pelo bloco à francesa Airbus.

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A Airbus é uma fabricante de aeronaves que rivaliza diretamente com a americana Boeing. Para a administração de Trump, que cita conclusões da Organização Mundial do Comércio (OMC), os subsídios concedidos à Airbus têm penalizado a par norte-americana "repetidamente", causando "efeitos adversos nos Estados Unidos".

A lista dos itens que podem vir a ser sujeitos a tarifas já foi publicada, e inclui helicópteros de passageiros, vários queijos e vinhos, fatos de neve e algumas motas.

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A administração Trump declarou esta segunda-feira que vai dar início a um processo para identificar os produtos da União Europeia sobre os quais poderão ser aplicadas tarifas adicionais, caso a Europa não recue nos subsídios concedidos à Airbus. "A Organização Mundial do Comércio constatou que os subsídios da União Europeia à Airbus têm impacto de forma adversa os Estados Unidos, que agora vão impor tarifas em 11 mil milhões de dólares em produtos europeus", escreveu o presidente norte-americano no Twitter.

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The World Trade Organization finds that the European Union subsidies to Airbus has adversely impacted the United States, which will now put Tariffs on $11 Billion of EU products! The EU has taken advantage of the U.S. on trade for many years. It will soon stop!

Este processo foi aberto no âmbito da secção 301 da Lei de Comércio de 1974, a qual permite ao representante comercial dos Estados Unidos investigar matérias do foro comercial e, com a orientação do presidente, responder às práticas comerciais desleais de outros países. Este foi o mesmo quadro legal utilizado para justificar ações semelhantes contra a China.

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O representante do comércio norte-americano, Robert Lighthizer, declarou na segunda-feira que os Estados Unidos haviam perdido a paciência com aquele que é um dos casos mais antigos que está pendente na OMC, referindo-se à queixa relativamente aos subsídios concedidos à Airbus.

"Este caso está em litígio há 14 anos, e chegou o momento de atuar", comentou Lighthizer. "O nosso objetivo último é chegar a um acordo com a UE para acabar com todos os subsídios inconsistentes com a OMC à aviação civil" e "quando a Europa terminar com estes subsídios prejudiciais, as tarifas adicionais impostas podem ser retiradas", explicou, ainda, o mesmo representante. 

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A Casa Branca ressalva, contudo, que só pretende avançar com as referidas tarifas no final deste verão e após a aprovação da Organização Mundial do Comércio.

A ameaça de novas tarifas surge numa altura em que se aproximava o momento de negociar as tarifas industriais com a Europa, colocando pressão sobre futuras conversações. Paralelamente, os Estados Unidos continuam a discutir o futuro comercial com a China, depois da imposição recíproca de tarifas que resultou no abrandamento económico para ambos os países.

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(Atualizado às 13h10 com o tweet de Donald Trump)

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