Bruxelas revê em alta crescimento da Zona Euro para este ano mas corta previsão para 2017
No dia em que Donald Trump venceu as eleições norte-americanas, a Comissão Europeia divulgou as suas previsões de Outono.
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E nelas Bruxelas aponta para um crescimento para a Zona Euro de 1,7% em 2016, o que significa uma subida face às previsões da Primavera que apontavam para uma subida do PIB do bloco de 1,6%.
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Mas se em 2016 a economia poderá crescer mais do que anteriormente estimado, para 2017 a alteração foi no sentido contrário. Para 2017, a Comissão Europeia acredita que a Zona Euro vai, agora, crescer 1,5%, o que compara com os 1,8% anteriores. Para 2018, Bruxelas antecipa um crescimento de 1,7%. A Comissão acredita que o crescimento da Zona Euro será sustentado pelo consumo interno.
A Comissão Europeia acredita que a quota de mercado da Zona Euro nas exportações vai reduzir-se marginalmente em 2017 e estabilizar em 2018. Com as importações a crescer a um ritmo superior ao das exportações, o contributo das exportações para o crescimento do PIB no bloco do euro deverá manter-se ligeiramente negativo até 2018.
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Nas previsões relativas à inflação, Bruxelas não antecipa para os próximos anos a meta pretendida pelo BCE com o plano de estímulos económicos. A inflação na Zona Euro deverá crescer dos 0,3% previstos para 2016 para 1,4% em 2017 e 2018.
Quanto às contas públicas da Zona Euro, Bruxelas antecipa um decréscimo de um défice de 1,8% este ano para 1,5% em 2017. Bruxelas explica esta descida por factores como as menores transferências sociais, devido à queda no desemprego, moderação nos salários no sector público, e menores despesas com juros. Também a dívida, em percentagem do PIB, deverá continuar a cair.
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A Comissão Europeia vê nuvens no horizonte. As intenção de investimento poderá ser abaladas, com ainda alta dívida das famílias e das empresas a ensombrar alguns países e a afastar investimentos.
"A elevada incerteza de natureza económica e política deverá continuar a pesar no crescimento do investimento". O período de elevada incerteza é por conta do Brexit, e das negociações para que a saída do Reino Unido da União aconteça. Como os termos das negociações desconhecidos, "alguns investimentos poderão ser cancelados ou adiados, tanto no Reino Unido como no resto da Europa". O investimento total deverá crescer na Zona Euro em 2017 em 3,1% e 3,5% em 2018.
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Para o conjunto da União Europeia, Bruxelas aponta para um crescimento este ano de 1,8%, mantendo a anterior projecção, mas reduz também a previsão para 2017 de 1,9% para 1,6%. Em 2018, a economia do bloco deverá voltar a crescer 1,8%.
"O crescimento económico na Europa deverá continuar a um ritmo moderado, com os recentes crescimentos no mercado do trabalho e consumo privado a serem contrabalançados com obstáculos ao crescimento e fraqueza de factores de apoio".
Projecções para Zona Euro | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 |
---|---|---|---|---|
Crescimento PIB (%, yoy) | 2,0 | 1,7 | 1,5 | 1,7 |
Inflação (%, yoy) | 0,0 | 0,3 | 1,4 | 1,4 |
Desemprego (%) | 10,9 | 10,1 | 9,7 | 9,2 |
Défice orçamental (% of GDP) | -2,1 | -1,8 | -1,5 | -1,5 |
Dívida pública bruta (% of GDP) | 92,6 | 91,6 | 90,6 | 89,4 |
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Projecções para União Europeia | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 |
---|---|---|---|---|
Crescimento PIB (%, yoy) | 2,2 | 1,8 | 1,6 | 1,8 |
Inflação (%, yoy) | 0,0 | 0,3 | 1,6 | 1,7 |
Desemprego (%) | 9,4 | 8,6 | 8,3 | 7,9 |
Défice orçamental (% of GDP) | -2,4 | -2,0 | -1,7 | -1,6 |
Dívida pública bruta (% of GDP) | 86,6 | 86,0 | 85,1 | 83,9 |
(Notícia actualizada às 12:15 com mais informações)
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