Dívida das empresas portuguesas caiu 1,5% no último ano
A dívida das empresas privadas fixou-se em 261,5 mil milhões de euros em Fevereiro deste ano. É um valor considerável: superior à dívida pública na óptica de Maastricht, assim como ao endividamento das famílias portuguesas. Desde o final de 2014, diminuiu apenas 1,5%. Se recuarmos ainda mais, os dados revelados esta manhã pelo Banco de Portugal apontam para um ajustamento pouco significativo, com uma diminuição de 6,9% face a Dezembro de 2012.
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Se olharmos para a dimensão das empresas, embora Portugal só tenha mil grupos considerados "grandes" pelo BdP, o seu endividamento – 78,8 mil milhões de euros – é maior do que todas as outras categorias. As 344 mil microempresas que existem no país devem 68,6 mil milhões de euros, enquanto as pequenas empresas (são 34 mil) devem 42,2 mil milhões e as médias (seis mil) devem 48 mil milhões.
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O sector mais endividado da economia é o comércio, com uma dívida de 43,6 mil milhões de euros. Uma categoria onde está incluído o retalho, o comércio por grosso e a "reparação de veículos e motociclos". Outros sectores que se destacam são: a indústria (38 mil milhões de euros); a electricidade, gás e água (34 mil milhões); e a construção (31 mil milhões). Este último sector sofreu uma enorme contracção na última década e fez um ajustamento substancial nos últimos anos, com um alívio de 16% do seu endividamento desde o final de 2012 até Fevereiro deste ano.
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O tema é bastante actual, com o Governo português a assumir que está a tentar encontrar uma forma de aliviar o problema do elevado endividamento empresarial do país, assim como os problemáticos níveis de crédito malparado que enchem os balanços dos bancos. O restantes partidos têm manifestado reservas e exigido saber que solução está a ser desenhada por António Costa e Mário Centeno.
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Numa entrevista publicada hoje pelo Negócios, Jens Arnold, economista da OCDE responsável por Portugal, sublinha que "lidar com a dívida empresarial e o malparado é certamente uma prioridade para Portugal". "O elevado nível de malparado está lá e tem aumentado. Deve fazer-se algo. Podemos estar falar de um pacote de coisas: veículos de gestão de activos, remoção da propensão para o endividamento via sistema fiscal ou de incentivos fiscais para os bancos reconhecerem o malparado", acrescentou.
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