Economistas estimam que PIB cresça mais de 2% em 2017
O Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou esta segunda-feira, 15 de Maio, que a economia portuguesa cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017, comparativamente com igual período do ano passado, o que representa a melhor variação homóloga em praticamente 10 anos.
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Isso mesmo é realçado pelos economistas do BPI numa nota a que o Negócios teve acesso. "O primeiro trimestre mostrou uma aceleração do crescimento particularmente impressiva", escreve o BPI que antevê que o PIB avance "mais de 2%" em 2017.
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"Apesar de notar que o crescimento no primeiro trimestre pode dever-se, em parte, a uma "recuperação cíclica", o banco considera existirem agora melhores perspectivas para a economia portuguesa.
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E salienta ainda que os dados hoje reportados pelo INE "são consistentes com os sólidos números do mercado de trabalho", recordando que no final dos primeiros três meses do ano a taxa de desemprego recuou para 10,1%.
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Também a Universidade Católica considera que a evolução económica no primeiro trimestre confirma "a melhoria da conjuntura em Portugal e os sinais positivos transmitidos pela generalidade dos indicadores disponíveis mais recentes", com a instituição a manter a previsão de crescimento do produto para este ano nos 2,4%, uma projecção optimista face àquela que é ainda a do Governo português.
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"A leitura é muito positiva, o que sugere que a recuperação cíclica da economia portuguesa está, finalmente, a dar sinais de dimensão mais próxima de ciclos anteriores", escreve o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP).
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Já os economistas do banco Montepio revêem em alta a previsão de crescimento do PIB luso de 2% para 2,3%, e também destacam o forte desempenho da economia nacional nos primeiros meses deste ano.
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No entanto, o Montepio sublinha que tanto o crescimento homólogo como o crescimento em cadeia – o PIB cresceu 1% nos primeiros três meses de 2017 face ao trimestre anterior - registaram "valores que consideramos não se deverem repetir no resto do ano".
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Todas estas previsões para a evolução económica em 2017 são mais optimistas do que a do próprio Governo, que depois de ter inscrito no Orçamento do Estado para este ano uma meta de 1,5%, elevou no início de Abril a previsão para o crescimento do PIB para 1,8%.
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A previsão governamental ficou assim em linha com a estimativa do Banco de Portugal, que no final de Março também reviu em alta, de 1,4% para 1,8%, a perspectiva para o crescimento do PIB neste ano.
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Mesmo destacando o crescimento homólogo de 2,8% como "o mais alto desde 2007", a instituição Informação de Mercados Financeiros (IMF) faz questão de lembrar que o PIB luso "ainda não recuperou os níveis anteriores à crise de 2008".
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A IMF dá, em simultâneo, razão a quem defende que o mais forte crescimento é obra das reformas do anterior Governo, tal como fez o PSD ainda esta manhã, e quem argumenta que são as políticas seguidas pelo actual Executivo a animar a economia.
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"Estes são números bastante positivos porque confirmam o crescimento contínuo da economia portuguesa desde meados de 2013 (considerando variações homólogas) e também confirmam uma aceleração do ritmo de crescimento, o que é uma novidade", referem os analistas da IMF que falam em "bonança perfeita" para fazer referência ao conjunto de circunstâncias (como o euro em baixa ou o petróleo ainda barato) que ajudaram a potenciar o crescimento do primeiro trimestre. (Notícia actualizada às 16:51 com análise da IMF)
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(Notícia actualizada às 16:51 com análise da IMF)
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