Portugal reduz défice comercial e reforça excedente externo até março
A economia portuguesa registou um excedente externo de 181 milhões de euros até março, revelou esta quarta-feira o Banco de Portugal. O número representa uma melhoria de 66 milhões de euros face a igual período do ano passado. A ajudar a explicar estes números está um défice comercial de bens mais pequeno.
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"Os excedentes observados nas balanças de serviços, rendimento secundário e de capital superaram os défices da balança de bens e de rendimento primário", explica o Banco de Portugal.
Nos primeiros três meses do ano, o défice comercial de bens reduziu-se significativamente face ao período homólogo, em 2.029 milhões de euros. Esta melhoria mais do que compensou a degradação que se verificou na balança de serviços, que foi de 1.768 milhões de euros, adianta o banco central. Esta degradação nos serviços ficou a dever-se, em grande medida, ao mau comportamento da rubrica de viagens e turismo: aqui o país perdeu 1.341 milhões de euros.
Ainda assim, como do lado dos bens o défice encolheu, Portugal conseguiu segurar, e até aumentar ligeiramente, o seu excedente externo.
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O banco central assinala que as exportações subiram 14,4% em março face ao mesmo mês do ano passado (que já esteve fortemente prejudicado pela pandemia de covid-19). Mas nota que as exportações mensais de bens, que subiram 30,3% em termos homólogos, também já foram mais elevadas do que as verificadas no mesmo mês de 2019, ou seja ainda pré-pandemia.
Já nos serviços ainda continua a verificar-se uma queda, mesmo face a março de 2020, de 20,7%. Aqui a explicaçao fundamental é a degradação da atividade do turismo, mas importa notar que nos outros serviços as vendas ao exterior "já atingiram o nível pré-pandemia", indica o Banco de Portugal.
Apesar da melhoria homóloga do excedente externo até março, o stock de dívida externa líquida ainda aumentou 0,2 pontos percentuais do PIB entre o final de 2020 e o final do primeiro trimestre de 2021. Este indicador, que resulta da posição de investimento internacional, excluindo fundamentalmente os instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros, atingiu em março deste ano 175,6 mil milhões de euros. Isto corresponde a 87,5% do PIB, ligeiramente acima dos 87,3% do PIB que tinham sido registados em dezembro de 2020.
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(Notícia atualizada às 12:06 com mais informação)
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