A ficção (corporativa) anda à solta
As organizações precisam de regras claras: sempre que um texto for gerado por IA, essa informação deve ser declarada. A revisão humana deve ser obrigatória e a voz própria, preservada. As máquinas podem simular empatia, mas não sentir propósito. E é o propósito que distingue o relevante do descartável.
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Imagine-se a ler um relatório de uma consultora de topo, um comunicado de imprensa de uma multinacional ou uma nota oficial de uma instituição pública. A linguagem é impecável, o tom seguro, as citações parecem fundamentadas e as referências, sólidas. Há números, conclusões e uma voz que soa humana, experiente, legítima. E se uma boa parte desse texto tiver sido escrita por uma máquina? E se parte das citações nunca tivesse existido? E se, no fundo, o que parece autoridade for apenas simulação? É este o novo território em que empresas, governos e consumidores estão a navegar — uma zona cinzenta onde a inteligência artificial escreve com fluência, mas sem consciência.
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