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Assunção Cristas "muito preocupada" com esboço orçamental que negligencia a dívida

A candidata à liderança do CDS mostra preocupação face ao esboço do Orçamento do Estado para 2016, e desmente que o anterior Governo tenha induzido em erro a Comissão Europeia sobre o carácter das medidas aprovadas em Portugal.

assunção cristas
assunção cristas Bruno Simão/Negócios
01 de Fevereiro de 2016 às 20:18

A ex-ministra da Agricultura e candidata a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse esta segunda-feira, 1 de Fevereiro, no Funchal que o esboço do Orçamento do Estado para 2016 "não mostra preocupação" com a diminuição da dívida, expondo Portugal "a mais riscos no futuro".

Presente na Madeira no âmbito da sua candidatura à presidência do partido e, depois de ter visitado empresas no Caniçal e no Estreito de Câmara de Lobos, onde manteve contactos com a população no centro do Funchal, Assunção Cristas comentou assim a notícia hoje divulgada pelo Banco de Portugal que referia que a dívida pública atingiu os 231,1 mil milhões de euros em Dezembro de 2015, o que representa um aumento de 5,3 mil milhões de euros face ao registado no final de 2014.

 

A dirigente do CDS-PP lembrou que Portugal "continua a ter um problema de dívida e é urgente que se vá diminuindo, com progressividade, essa mesma dívida". "Outro aspecto que deixa muitas preocupações no esboço do Orçamento do Estado (OE) é perceber-se que não há uma preocupação em, com alguma celeridade, diminuir essa dívida, [e] isso expõe-nos a mais riscos para o futuro em termos de juros", alertou a ex-ministra.

 

Para a candidata à liderança dos centristas, "quanto mais rapidamente Portugal conseguir, obviamente com moderação, ir pagando essa dívida mais facilmente" o país conseguirá libertar-se e ter outras perspectivas de crescimento económico.

 

"Já olhei para o esboço do Orçamento do Estado e fiquei muito preocupada. Nós aguardamos que o OE dê entrada no Parlamento para que possamos verificar, eventualmente, em que medida algumas clarificações venham a dar algum conforto", referiu.

 

Para a única candidata até agora conhecida à sucessão de Paulo Portas na liderança do CDS, "tal como está desenhado, o esboço é muitíssimo preocupante" porque, sublinha, "não consegue explicar como é que uma despesa, que já está certa no OE, pode vir a ser paga por uma receita que é muito incerta e que faz fé num crescimento económico que, nas perspectivas do CDS-PP, não irá acontecer".

 

"O crescimento económico previsto e que sustenta o esboço do OE não parece convencer ninguém, nem a entidade independente [UTAO - Unidade Técnica de Apoio Orçamental], nem em Portugal, nem lá fora e, da parte do CDS-PP merece, também, uma avaliação muito preocupante", concluiu.

 

Assunção Cristas negou ainda que o anterior Governo PSD/CDS-PP tenha dito, em Bruxelas, que os cortes eram definitivos: "obviamente que não, isso já foi sobejamente explicado". "Há muita leviandade na maneira como essas críticas são feitas porque confunde aquilo que é o conceito de despesa estrutural com aquilo que são cortes permanentes ou temporários", denunciou Cristas referindo-se às declarações feitas por António Costa, primeiro-ministro, que na sexta-feira passada, durante o debate quinzenal, acusou o ex-primeiro-ministro de ter, erroneamente, dado a entender à Comissão Europeia que medidas anunciadas em Portugal como provisórias, tais como a sobretaxa do IRS ou os cortes salariais da função pública, eram na verdade permanentes. 

 

CDS rejeita interferência nos aumentos de gestores públicos

 

Confrontada com a revelação do Jornal de Notícias, de que o anterior Governo PSD/CDS-PP decidiu aumentar, em Outubro passado, alguns gestores públicos na ordem dos 150%, Assunção Cristas respondeu: "Não conheço esse assunto, não posso comentar".

Já Pires de Lima, antigo ministro da Economia durante o Governo de coligação entre o PSD e o CDS, em declarações à Rádio Renascença, afiançou não ter tido qualquer interferência na decisão relativa a esses aumentos.

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