China regista deflação pelo quatro mês consecutivo em maio
Por outro lado, os analistas esperavam que os preços se mantivessem ao mesmo nível de abril, mas a tendência mensal em maio também foi negativa: os preços no consumidor caíram 0,2% face ao quarto mês de 2025.
O índice de preços no consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, caiu pelo quarto mês consecutivo em maio, descendo 0,1% em termos homólogos, o mesmo valor registado em abril e março.
Ainda assim, o indicador, divulgado hoje pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) do país asiático, sofreu uma queda menos acentuada do que as previsões da maioria dos analistas, que esperavam uma descida de 0,2%.
Por outro lado, os analistas esperavam que os preços se mantivessem ao mesmo nível de abril, mas a tendência mensal em maio também foi negativa: os preços no consumidor caíram 0,2% face ao quarto mês de 2025.
O risco de deflação na China, a segunda maior economia do mundo, agravou-se no último ano, suscitado por uma profunda crise imobiliária, que afetou o investimento e o consumo.
A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente perigoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.
Dong Lijuan, estatístico do NBS, preferiu sublinhar que a inflação subjacente - uma medida que elimina o efeito dos preços dos alimentos e da energia devido à sua volatilidade - subiu 0,6%, em termos homólogos.
"O IPC passou de alta para queda na comparação mensal, principalmente devido à queda dos preços da energia", explicou o especialista, que insistiu que "as políticas de aumento do consumo continuam a ser eficazes, dado que os preços em algumas áreas apresentaram variações positivas".
As autoridades da China têm sublinhado repetidamente nos últimos meses que impulsionar a fraca procura interna é uma das principais prioridades económicas para 2025, que tem sido marcado pela guerra comercial com os EUA.
Em meados de maio, os Estados Unidos reduziram os direitos aduaneiros sobre os produtos chineses de 145% para 30%, em troca de um corte semelhante por parte de Pequim, de 125% para 10% sobre os produtos norte-americanos.
No entanto, a redução foi apenas temporária, válida por um período de 90 dias, e na quarta-feira o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de não respeitar os termos de um acordo permanente que está a ser negociado.
O índice de preços no produtor na China, que mede os preços na indústria, registou uma descida homóloga de 3,3% em maio, uma queda mais acentuada do que a registada em abril (2,7%), informou o NBS.
Este indicador ficou também ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas, que previram uma queda menos significativa, para 3,2% na comparação anual.
Embora os preços na indústria estejam em queda há mais de dois anos e meio, o NBS justificou hoje a diminuição de maio com o efeito dos "fatores importados", uma referência velada ao conflito tarifário com os Estados Unidos.
O gabinete apontou também para a queda dos preços internacionais do crude e a época baixa da procura interna de carvão.
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