Costa diz que falhas do SIRESP foram de "menor relevância"
Costa já respondeu às questões do CDS. Falhas do SIRESP não foram relevantes, GNR não fechou estrada antes das mortes e Constança Urbano de Sousa tem a "confiança política" de Costa.
O SIRESP registou falhas no incêndio de Pedrógão Grande, mas António Costa considera-as de "menor relevância". Nas respostas enviadas ao CDS, o primeiro-ministro revela ainda dados importantes sobre o que se passou a 17 de Junho. A GNR só decidiu cortar a estrada depois de ter notícia da existência de vítimas mortais, conta o chefe de Governo que mantém a "confiança política" na ministra da Administração Interna.
O primeiro-ministro enviou esta quinta-feira para o Parlamento respostas ao CDS sobre os incêndios de Pedrógão Grande, onde morreram 64 pessoas, onde começa a tirar algumas conclusões sobre o que aconteceu naquele dia.
Relativamente ao SIRESP - a rede de comunicações de segurança para situações de emergência -, Costa admite que houve falhas mas desvaloriza-as. "A partir das 19:38, apenas os operacionais com os terminais afiliados na estação base de Pedrógão Grande conseguiam falar com o Posto de Comando via rede SIRESP. O mesmo aconteceu para as restantes quatro Estações Base a partir do momento em que as mesmas entraram em modo LST, sendo estas falhas de menor relevância, considerando a área e o horário em que ocorreram", escreve o primeiro-ministro.
Além disso, Costa acrescenta dados em relação tomada de decisão por parte da Guarda Nacional Republicana (GNR) de cortar a estrada onde morreram mais pessoas - a N236-1. "Segundo a GNR, a estrada N236-1 esteve sempre aberta ao trânsito, até haver notícia dos trágicos e imprevisíveis acontecimentos ocorridos na mesma. Só após este momento foi encerrado o acesso à N236-1".
Na mesma resposta, o primeiro-ministro conta que teve conhecimento da existência de vítimas mortais através do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, às 22:03 e que "foi pelas 22 horas [que] começam a circular notícia da existência de vítimas mortais". Nesta altura, o 2º comandante operacional nacional, o Tenente Coronel Albino Tavares estava a liderar as operações no terreno. A estrada onde morreram parte das 64 vítimas só foi cortada "após a localização das vítimas mortais, por volta das 22:15 de dia 17 de Junho". Foi às 23:30 que foi comunicado ao secretário de Estado que existiam 19 vítimas (16 na estrada N 236-1 e 3 vítimas por inalação de fumos).
Nas respostas, Costa explica também que segundo a GNR "até ao momento em que se verificaram as mortes, não foi comunicada àquela força de segurança qualquer decisão operacional relativa à necessidade de encerramento da N236-1, não tendo sido recebida qualquer informação que alertasse para uma situação de risco, potencial ou efectivo, em circular pela via em causa".
"A informação sobre a hora da morte de cada uma das vítimas mortais enquadra-se no âmbito do inquérito criminal em curso", avança.
A líder do CDS, Assunção Cristas, pediu a demissão da ministra da Administração Interna e do ministro da Defesa, José Azeredo Lopes (neste caso por causa do roubo de material militar em Tancos), mas primeiro-ministro mantém a "confiança política" em Constança Urbano de Sousa.
(Notícia actualizada às 18:22)
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