Desemprego atinge mais sectores automóvel e têxtil
Os sectores têxtil e automóvel foram os mais atingidos pela onda de despedimentos que se viveu em Portugal no mês de Janeiro. A maioria dos desempregados está em empresas que fornecem as fábricas de automóveis. A realidade dos números não é ainda conhecida. Aqui se faz um percurso pelos despedimentos anunciados publicamente. Veja quais.
Os sectores têxtil e automóvel foram os mais atingidos pela onda de despedimentos que se viveu em Portugal no mês de Janeiro. A maioria dos desempregados está em empresas que fornecem as fábricas de automóveis. A realidade dos números não é ainda conhecida. Aqui se faz um percurso pelos despedimentos anunciados publicamente.
Actividades ligadas directa ou indirectamente ao sector automóvel e ao têxtil e vestuário estão a ser as mais violentamente afectadas pela crise económica em Portugal. A esmagadora maioria dos despedimentos anunciados concentram-se nesses sectores.
O Norte de Portugal é a zona do País que está a ser mais afectada pelo desemprego. E várias das empresas que anunciaram despedimentos estão ligadas a multinacionais, designadamente com origem na Alemanha.
O que se passa em Portugal na fileira de produção do automóvel pode ser considerado um reflexo da crise global que o sector atravessa. Os problemas que enfrentam os sectores do segmento do têxtil, vestuário e calçado parecem ser consequência de reestruturações ou fragilidades estruturais das empresas. Ao lado destes sectores estão empresas de media e do turismo, nomeadamente hotéis. Um mês de Janeiro em que praticamente todos os dias foram anunciados despedimentos em Portugal.
EM JANEIRO SEM DATA EXACTA
Com o grupo alemão em processo de insolvência, a fábrica portuguesa da multinacional Quimonta em Vila do Conde não tem renovado os contratos a prazo prazo. Em Janeiro, deverá ter já dispensado mais de 400 temporários. Mas o seu encerramento coloca em risco 1700 trabalhadores. No turismo houve notícias sobre hotéis em Lisboa: O Ritz Four Seasons, o Sheraton Lisboa, o Marriott. o Tivoli Hotéis e o Lapa Palace rescindiriam, no total, 120 contratos de trabalho. No Casino Estoril houve 40 rescisões de contratos de trabalho. A fusão da Sumol com a Compal levou ao despedimento de 120 pessoas. A Silva & Sistelo fábrica de vestuário em Gondomar encerrou pró falência. Empregava 150 pessoas.
O caso da LactogalA Lactogal que vai encerrar a sua fábrica em Avis, deixando sem emprego 80 pessoas, tem como determinante da sua decisão a concentração da produção em Oliveira de Azeméis. Dia 31 de Julho de 2008 o Governo aprovou um contrato de investimento para a Lactogal, no valor de 48 milhões de euros, prevendo-se na altura a criação de 160 postos de trabalho. O objectivo era criar uma unidade industrial em Oliveira de Azeméis que vai concentrar a produção da empresa que está actualmente dividida em duas unidades fabris. É essa fábrica que inicia agora a sua laboração, levando ao encerramento da unidade de Avis. A empresa fábrica no Alentejo ainda se vai manter em laboração durante o mês de Fevereiro para a escoar a produção, mantendo-se 30 trabalhadores em actividade.
O DIA A DIA DOS DESPEDIMENTOS EM JANEIRO 7 de Janeiro de 2009
Tyco Electronics Portugal suspende contratosSuspensão de contratos: 536 pessoasActividade: Componentes para automóveisLocalização: ÉvoraOrigem: Estados UnidosTem 1600 trabalhadores e anunciou a suspensão de 536 contratos de trabalho por seis meses. Abriu as portas em Évora no ano de 1969.
13 de Janeiro
Autoeuropa despede e ajusta produçãoDespedimentos: 250 trabalhadores temporários e suspensão da produçãoActividade: AutomóvelLocalização: PalmelaOrigem: Alemanha, Grupo VWUma das maiores exportadoras portuguesas programa suspender a sua produção ao longo deste trimestre num total de 33 dias, 17 numa linha de produção e 16 noutra. Deixou de dar emprego a cerca de 250 trabalhadores temporários e emprega 3.028 pessoas.
Impala despede 16 pessoas
16 de Janeiro
16 de Janeiro
Controlinveste anuncia despedimento colectivoDespedimento: 122 pessoasActividade: Media Comunicação SocialLocalização: Lisboa e PortoA Controlinveste, detentora, entre outros, dos títulos Diário de Notícias, Jornal de Notícias e 24 Horas, anuncia o dspedimento colectivo de 122 pessoas
17 de Janeiro
Borgstena – despede 120 pessoas e reduz actividade
Continental Mabor despede
Jornal da Madeira despede 20 pessoas
Despedimento: 20 pessoasActividade: Media Localização: FunchalDespedimento colectivo de 20 pessoas
20 de Janeiro
Faurecia despede 250 pessoasDespedimento: 250 pessoasActividade: Componentes para automóveisLocalização: Palmela A empresa vai despedir 250 dos actuais 3.500 trabalhadores
21 de Janeiro
Philips encerra
Despedimento: 70 trabalhadoresActividade: Produção de controlos remotosLocalização: OvarOrigem: HolandaA Philips em Ovar iniciou já o processo de despedimento colectivo. Vai encerrar a sua fábrica em Ovar, transferindo a produção para a China. A fábrica da multinacional holandesa estava em Portugal há cerca de 40 anos e já empregou 2500 pessoas. Começou a transferência da sua produção para a Eslováquia.
Sonae Indústria despede 42 pessoas 23 de Janeiro
Sonae Indústria despede 42 pessoas
Ecco’let – anuncia despedimento colectivo
Ecco’let – anuncia despedimento colectivo
Intipor encerra
Desempregados: 140 pessoasActividade: TêxtilLocalização: Amares, Braga A fábrica está em processo de insolvência. Em Dezembro, os então 154 não receberam os subsídios de Natal.
24 de Janeiro Peugeot – Citroen despede um terço dos empregados
24 de Janeiro
Despedimento: 400Actividade: AutomóvelLocalização: MangualdeOrigem: França A Peugeot- Citroen de Mangualdde vai despedir 400 empregados temporários dos seus 1200 trabalhadores e suspendeu a actividade por 13 dias até dia 4 de Fevereiro. No início do ano já tinha despedido 80 pessoas com contratos efectivos e admite que pode ir mais longe ainda este ano.
27 de Janeiro
Leonis Viana em encerramento temporário
Euronadel encerra
Desempregados: 182 pessoasActividade: produção de agulhas (para a indústria têxtil)Localização: CascaisOrigem : Alemanha, grupo Groz-Beckert Miroslav Svedja, vice-presidente da Groz-Beckett, anunciou que “a decisão é irreversível”. A decisão coloca no desemprego 182 trabalhadores aos quais a administração promete indemnizações superiores ao exigido por lei.
A quebra das vendas, aliada à forte concorrência asiática, foram as duas razões que estiveram na origem do encerramento da filial portuguesa, que produz agulhas para as indústria têxtil, do vestuário e couro.
Conjuli - Sociedade Confecções com salários em atraso
Salários em atraso: 25 pessoasActividade: ConfecçõesLocalização: Vila Nova de Famalicão Salários em atraso de 25 trabalhadoras vinham desde o ano passado. As trabalhadoras suspenderam agora o contrato.
A Qimonda, em processo de negociação, é um dos casos a acompanhar.
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