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Diferenças e semelhanças entre a crise da troika e a crise pandémica

Dez anos depois, Portugal volta a ser um país em crise. A origem do problema é completamente diferente, mas muitos indicadores económicos voltaram atrás no tempo.

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empresas liquidaçao insolvencia Miguel Baltazar
06 de Abril de 2021 às 11:30
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dívida pública voltou a subir

Quando Portugal pediu ajuda à troika, a dívida pública estava numa tendência ascendente. Desde 2017 que o país estava a conseguir baixar os seus níveis de endividamento, mas a pandemia obrigou a Estado a financiar-se mais e atirou a dívida outra vez para máximos.

Défice orçamental regressou

Em 2011, Portugal tinha um défice orçamental de 7,7% do PIB. A expectativa era que em 2020 o desequilíbrio das contas públicas voltasse a superar os 7%. Afinal, ficou em 5,4%. Ainda assim, este é um valor muito acima da referência de 3% inscrita nas regras comunitárias e que o país terá de corrigir quando a conjuntura adversa for ultrapassada.

Dívida externa volta a crescer

O excessivo endividamento externo do país foi um problema na grande crise económica e financeira. Nos últimos dez anos, Portugal conseguiu fazer crescer o peso das exportações no PIB, equilibrando a balança comercial e resolvendo os défices externos consecutivos. Mas a pandemia comprometeu as exportações e a dívida voltou a subir em 2020. É preciso esperar para ver o que acontece no pós-pandemia.

Dependência de políticas externas causa da crise é exógena

Sem o apoio do BCE, o país não conseguiria um custo de financiamento tão baixo e a sustentabilidade da dívida ficaria em causa. A crise atual foi provocada por motivos alheios à economia portuguesa, enquanto em 2011, quando o país teve de chamar a troika, a economia tinha desequilíbrios específicos que a distinguiam dos parceiros europeus. Tinha contas públicas desequilibradas e um peso demasiado baixo de exportações.

financiamento barato e ajuda da ue

A ação do BCE permite o financiamento barato, de tal forma que o país tem poupado nos juros, apesar de a dívida estar em máximos históricos. A União Europeia decidiu suspender as regras orçamentais e uniu-se para ajudar os países a financiar a saída da crise, através do Next Generation EU. Isto permite que o país tenha hoje, e pelo menos por enquanto, maior autonomia na definição do caminho a seguir.

mercado de trabalho amparado

Ao contrário do que aconteceu na grande crise económica e financeira, agora foram tomadas medidas para amparar o efeito da crise no mercado de trabalho, limitando a subida do desemprego e a destruição de postos de trabalho. Também têm sido afastadas medidas austeritárias, optando-se pelo apoio social.

expectativa quanto à duração da crise

Espera-se que a pandemia seja ultrapassada e que a crise seja conjuntural. Por enquanto, não se assume a necessidade de alterar a estrutura da economia.

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