Governo espera apoio inequívoco dos líderes do euro
A Cimeira extraordinária dos líderes do euro vai pronunciar-se sobre as medidas adicionais que Portugal anunciou. Para evitar uma intervenção nos moldes grego e irlandês é determinante que a declaração final e as afirmações do presidente da Comissão Europeia e do BCE sejam de apoio inequívoco.
As palavras da Comissão e do BCE, assim como a declaração final do Conselho do Euro vão indicar se o país entra ou não num processo de ajuda do género grego e irlandês.
Se o apoio a Portugal for claro é de esperar que segunda-feira o BCE volte em força ao mercado, comprando títulos de dívida pública. Demonstrará assim que estava errada a antecipação hoje feita pelos investidores, de que Portugal vai ser intervencionado em breve.
As taxas de juro da dívida pública atingiram os 8%, ultrapassando as de dez anos. A antecipação, por parte do Governo, do Programa de Estabilidade e Crescimento, com as medidas adicionais de austeridade e de intervenção estrutural, teve como objectivo receber hoje dos líderes do euro, da Comissão Europeia e do BCE um apoio inequívoco a Portugal, que faça baixar as taxas de juro e evitar a intervenção do Fundo europeu e do FMI.
É desse apoio que José Sócrates está á espera. Os líderes do euro já chegaram a acordo sobre o Pacto para a Competitividade, tal como se previa, antecipando-se que seja uma das poucas decisões desta Cimeira.
A flexibilização do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) não reúne condições para ser decidida nesta cimeira pela ausência de um acordo quanto aos novos mecanismos de apoio aos países em dificuldades financeiras.
As novas regras de governo do euro, que passam por alterações nas regras do Pacto de Estabilidade, está num processo final de negociação entre a Comissão, o Parlamento Europeu e o Conselho.
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