O ministro da Saúde, Paulo Macedo, revelou esta quarta-feira, no Parlamento, que foram apreendidos pelo Ministério Público 200 mil euros em medicamentos, no âmbito das investigações que têm vindo a ser desenvolvidas. Paulo Macedo aguarda agora que estes fármacos sejam libertados para poderem voltar às farmácias.

“Foi revelante terem sido apreendidos 200 mil euros em medicamentos, num carregamento. Permitiu perceber porque é que alguns destes medicamentos não existiam nas farmácias. É de aguardar que o Ministério Público liberte este carregamento para voltarem a estar disponíveis aos cidadãos”, revelou Paulo Macedo esta manhã, na Comissão de Saúde.

O ministro da Saúde falava da fraude e das três operações que já foram iniciadas este ano e que, acredita, servirão como instrumento “dissuasor”.

Suspeitas de fraude na prescrição de exames

Mas não é só na área do medicamento que a fraude existe. Paulo Macedo referiu que estão também a ser levadas a cabo inspecções na área dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica (exames e análises).

“Através da prescrição electrónica, e fazendo relação entre prescritores e convencionados, tal como no caso dos medicamentos, há prescritores que para um determinado convencionado são responsáveis por 60% das prescrições. Por outro lado, nos meios complementares de diagnóstico temos valores médios por prescritores em algumas áreas de 4.000 euros e temos outros que correspondem a nove vezes essa prescrição”, exemplificou o ministro.

Depois de terem sido revelados os resultados da Operação Remédio Santo, no passado mês de Junho, o ministro da Saúde disse que o valor da fraude na Saúde, que está a ser investigada pela PJ e pelo Ministério Público, poderá atingir os 100 milhões de euros.