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Ministro que já foi cliente-mistério anuncia que carteira digital para empresas será paga

No podcast Partida de Xadrez, o ministro Adjunto e da Reforma do Estado diz que no fim da linha a sua missão se resume a proporcionar um “serviço público de qualidade virado para as pessoas”.

Gonçalo Matias diz que é preciso 'destruir os silos' que existem nos serviços públicos.
Gonçalo Matias diz que é preciso "destruir os silos" que existem nos serviços públicos. David Cabral Santos
16:24

O Governo vai lançar a carteira digital das empresas e Portugal será o primeiro país da União Europeia a disponibilizar este serviço, que pela sua qualidade será pago, anunciou Gonçalo Matias, ministro Adjunto e da Reforma do Estado. Esta promessa foi verbalizada no podcast Partida de Xadrez, que esta quarta-feira foi gravado em direto no âmbito da conferência do Negócios “#O Poder de Fazer Acontecer", com a equipa residente do programa, os gestores António Ramalho e Gonçalo Moura Martins e a jornalista Maria João Babo.

No decurso da conversa, Gonçalo Matias revelou que já fez visitas como “cliente-mistério” a várias Lojas do Cidadão para avaliar o funcionamento dos serviços públicos. Em alguns casos “chega às 8 da manhã e não há senhas”.

O ministro garante que a sua missão assenta numa premissa, a de “uma ambição profunda como nunca houve Portugal” e tem um objetivo simples, o de por os cidadãos e as empresas “no centro” dos serviços públicos. Vamos realizar “a mais profunda reforma do Estado que se fez em Portugal”, assegura.

Esta ambição encontra paralelismo na "motosserra" de Javier Milei ou na missão que foi atribuída ao Doge (Departamento de Eficiência Governamenatl) de Elon Musk? questionou, em jeito de provocação, Maria João Babo. “Não tenho as empresas dele, mas espero que a minha longevidade [enquanto ministro] seja superior à que Elon Musk teve no Doge”, retorquiu Gonçalo Matias.

Gonçalo Moura Martins confrontou o ministro adjunto com as assimetrias que existem nos serviços públicos. Gonçalo Matias reconhece que existem “silos fechados” o que faz com departamentos não comuniquem entre eles. “Temos de destruir os silos e garantir que os sistemas falam entre sim, com interoperabilidade”, avança o governante.

Desconfiamos todos uns dos outros e por isso foi-se criando um sistema infernal e labiríntico.
Gonçalo Matias, Ministro Adjunto e da Reforma do Estado

“A reforma do Estado é uma inevitabilidade”, constatou António Ramalho. Sim, enfatiza o ministro. “Desconfiamos todos uns dos outros e por isso foi-se criando um sistema infernal e labiríntico” que é preciso desmontar. E como vai conseguir ter êxito onde outros falharam? Pela força política atribuída a este ministério e também pelos instrumentos tecnológicos colocados à disposição. “Esta área tem uma centralidade neste Governo” que é inédita quando comparada com os que lhe antecederam. E para materializar esta reforma, Gonçalo Matias avançou com exemplos como o de alterar o código dos contratos públicos, mudar os licenciamentos e mexer na Justiça. “Envergonha-nos a todos ter uma justiça administrativa que demora cinco a dez anos a tomar uma decisão”, sublinhou o ministro Adjunto e da Reforma do Estado.

No fim da linha, esta reforma  tem um propósito simples, o de proporcionar um “serviço público de qualidade virado para as pessoas”.

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