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OCDE defende aplicação "imediatamente" todas as medidas do PEC

Portugal tem de implementar "imediatamente" todas as medidas previstas no PEC, de modo a devolver a confiança aos investidores e garantir que as metas são cumpridas, de acordo com a equipa da OCDE que elaborou o estudo económico para 2010.

29 de Setembro de 2010 às 08:08

"O que Portugal tem de fazer é implementar imediatamente todas as medidas [previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento], e não pouco a pouco", defendeu Pierre Beynet, líder da equipa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que elaborou o mais recente estudo da organização sobre Portugal. Em declarações à agência Lusa, Pierre Beynet defende também que se as medidas acordadas com Bruxelas não forem suficientes "então claramente terão de se aplicar mais" e que é crucial atingir as metas acordadas já este ano.

"Temos de fazer com que as pessoas entendam que, se aquilo que estão a fazer é suficiente, que é mesmo suficiente", explicou Pierre Beynet.

Álvaro Pina, economista português da OCDE e um dos autores do estudo económico para 2010, defendeu que em primeiro lugar, o essencial passa mesmo por restaurar a confiança dos investidores, o que passará necessariamente pela consolidação das contas públicas.

"A primeira coisa a fazer é mesmo restaurar a confiança dos investidores, consolidando as finanças públicas. Essa é uma prioridade essencial, para garantir que o crédito continua a fluir na economia e que os 'spreads' eventualmente baixem", disse à Lusa o economista da OCDE.

O grupo considera que entre as prioridades está também a redução do endividamento externo da economia, com Àlvaro Pina a sublinhar que os défices externos de "8, 9, 10 por cento" que a economia portuguesa regista ano após ano têm de ser combatidos.

"Portugal precisa de reduzir esse défice e a peça essencial para fazer isso é restaurar a competitividade. Senão restaurar a competitividade não consegue aumentar as suas exportações, tanto em termos quantitativos como qualitativos, e sem aumentar as exportações não irá conseguir resolver esse problema", aponta.

O economista defende que "atingir o objectivo deste ano é essencial" e que Portugal não pode exceder a meta de défice de 7,3 por cento acordada com Bruxelas.

"Para o próximo ano temos um ajustamento ainda maior, temos de passar de 7,3 para 4,6, e para isso precisamos de um orçamento, e porque temos um governo minoritário precisamos de algum apoio da oposição. Todas estas coisas devem acontecer", acrescentou.

O grupo, constituído por Pierre Beynet, Álvaro Pina e Orsetta Causa (economista chefe da OCDE, responsável por Portugal e Irlanda) não participou na elaboração do relatório anterior (2008) mas confirma que "alguns dos problemas mantiveram-se" neste período, e que continuam a existir "muitos problemas estruturais, que impediram a economia portuguesa de crescer mais rapidamente" nos últimos ano.

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