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"Primeiro-ministro da crise islandesa" está sentado no banco dos réus

Geir Haarde era o primeiro-ministro da Islândia quando o país se viu mergulhado na crise, em 2008. Aconselhou a população a ir à pesca, mas isso não salvou o seu governo. E agora está sentado no banco dos réus pelo seu papel no desmoronamento da banca.

07 de Junho de 2011 às 15:45

Com 60 anos, Haarde é o primeiro chefe de governo a ser julgado pela mais recente crise na Islândia. É, aliás, a primeira pessoa levada perante o Landsomur, um tribunal criminal especial criado em 1905 para julgar as acusações contra ministros do governo islandês.

O ex-líder do Executivo islandês rejeita todas as acusações. No entanto, se for considerado culpado, pode ser condenado a uma pena de prisão, salienta a Associated Press.

O Parlamento da Islândia decidiu, em Setembro passado, acusar formalmente Geir Haarde por ter alegadamente fracassado no dever de evitar a crise de 2008. Esta crise gerou uma forte contestação social no país e fez cair o governo, lembra a mesma fonte.

O Executivo de Haarde caiu no início de 2009, durante a onda de protestos públicos. Três meses antes, o primeiro-ministro tinha dito aos cidadão que, após a implosão do sistema bancário do país, deveriam ir pescar.

“Somos um país demasiado pequeno para sustentar um sistema bancário de tão grande dimensão”, afirmou Haarde em Outubro de 2008. “Temos fantásticos recursos e uma abundância de energia verde e agora iremos utilizar tudo isso e os restantes recursos de que dispomos – o mar e o capital humano”, salientou Geir Haarde logo a seguir à nacionalização dos três maiores bancos da Islândia.

“Ficaremos bem. Podemos comer aquilo que pescarmos”, acrescentou o então primeiro-ministro. Mas o povo não lhe perdoou a crise e o governo caiu mesmo.

Recorde-se que a Islândia tem estado a travar um braço-de-ferro com o Reino Unido e a Holanda relativamente a mais de cinco mil milhões de dólares perdidos por cidadãos daqueles dois países que tinham depositado as suas poupanças no banco islandês Icesave, que faliu em 2008.

Com efeito, num referendo nacional em Abril, o povo islandês rejeitou um acordo de reembolso daquele dinheiro aos dois países, dizendo que se recusava a pagar pelos excessos dos seus banqueiros. Tanto o Reino Unido como a Holanda anunciaram que lutariam para reaver o seu dinheiro.

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