Recessão agravou-se no final do primeiro trimestre
Os indicadores de clima económico e de confiança dos consumidores voltaram a cair em Março, quebrando novos mínimos históricos. Estes dados sinalizam uma forte degradação da conjuntura económica, sugerindo um recuo do PIB mais profundo neste primeiro trimestre do que os 2,1% registados na recta final de 2008, e a probabilidade de um segundo trimestre igualmente "negro".
Os números ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no âmbito da síntese de conjuntura económica de Março, permitem ainda confirmar que a recessão está a ser alimentada por recuos vertiginosos das exportações e do investimento, mas também por uma desaceleração acentuada do consumo privado, do qual se esperava uma contribuição mais robusta, tendo em conta a queda dos preços e das taxas de juro, e o respectivo impacto positivo sobre o rendimento disponível das famílias.
Estes dados surgem uma semana depois de o Banco de Portugal ter revisto, a título extraordinário, as suas previsões, antecipando agora que a economia portuguesa sofrerá neste ano a mais severa recessão da era democrática, com uma contracção anual do PIB de 3,5%. Já o Governo mantém, para já, a previsão de que a economia sofrerá um recuo de apenas 0,8%.
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