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Retrato de um país onde trabalhar não basta para escapar à pobreza

No pré-pandemia, a taxa de pobreza e a privação material tinham diminuído. Mas as desigualdades continuaram bem evidentes. Os números mostram que em Portugal são muitos os pobres trabalhadores e as dificuldades persistem ao longo dos anos.

Pobreza
Pobreza Miguel Baltazar
19 de Janeiro de 2022 às 11:15
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Pobreza diminuiu no pré-pandemia, mas covid-19 mais do que anulou os ganhos

l Em 2019, a taxa de risco de pobreza tinha diminuído em um ponto percentual, para 16,2%, face a 2018. Porém, com a pandemia este indicador voltou a piorar, tendo aumentado 2,2 pontos percentuais, para 18,4%, mostram os dados preliminares para 2020.

Transferências sociais atenuam Significativamente o risco de pobreza

l Na ausência de transferências sociais, haveria mais pobreza e desigualdade, mostram os dados. A taxa de risco de pobreza, em 2019, subiria de 16,2% para 21,9% se não se contasse com as pensões. Saltaria para 42,4% se não houvesse qualquer transferência social.

As crianças e os idosos são mais afetados do que a média da população

l Em 2019, 19,1% das crianças em Portugal eram pobres e esta taxa aumentou face a 2018, ao contrário do que aconteceu com a taxa para a população total. Cerca de 17,5% das pessoas com mais de 65 anos eram pobres em 2020. 17% desta população estava em privação material no ano 1 da pandemia, sendo que mais de um quarto (26%) vivia em casas cujos telhados, paredes, janelas ou chão eram permeáveis à entrada de água.

desempregados são muito vulneráveis, mas um em cada dez trabalhadores também são pobres

l “Um dos determinantes da pobreza é a relação com o mercado de trabalho”, lê-se no estudo. Um terço dos desempregados são pobres, indicam os dados, e entre os trabalhadores temporários há 20% que também são pobres. No global, 10% dos trabalhadores não conseguem fugir à pobreza.

viver no interior ou no litoral não é indiferente: junto ao mar pagam-se melhores salários

l Os salários mais elevados estão concentrados na região litoral do país. Em 2019, o município onde as remunerações pagas às pessoas que lá trabalhavam eram mais elevadas foi Alcochete (2.011,50 euros). Já o município com remuneração média mensal mais baixa foi Celorico de Basto, com 794,40 euros.

Os mais ricos arrecadaram uma fatia ainda maior dos rendimentos do país em 2019

l Em 2019, os 25% mais ricos do país acumularam 46% do rendimento do país, mais do que os 42% verificados em 2018. Este aumento, explica o estudo, “fez-se sobretudo à custa do decréscimo da percentagem do rendimento detido pelas famílias do terceiro quartil da distribuição de rendimento, que desceu de 27,7% para 25,1% entre 2018 e 2019.” Já a percentagem de rendimento dos 25% mais pobres não se alterou significativamente, assinala o relatório.

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