Trade Republic mais do que duplica avaliação para 12,5 mil milhões
A "fintech" alemã levantou 1,2 mil milhões de euros através da venda de ações secundárias, que avalia a empresa em 12,5 mil milhões de euros.
Fundada em 2015 pela mão de um antigo banqueiro da Merrill Lynch, Christian Hecker, a "fintech" alemã atingiu uma avaliação de cinco mil milhões de dólares numa ronda de financiamento, realizada em junho de 2022. Pouco mais de três anos volvidos, numa nova venda de ações secundárias, a Trade Republic é avaliada em 12,5 mil milhões de euros.
A ronda secundária de 1,2 mil milhões de euros foi liderada por investidores atuais como a Founders Fund, Sequoia, Accel, TCV e Thrive, que aproveitaram para aumentar a sua participação. "A ronda atraiu também investidores de longo prazo de primeira linha como a Fidelity, Wellington e GIC, bem como os 'family offices' europeus Aglae (família Arnault) e Lingotto (família Agnelli), que passam a integrar a base acionista da Trade Republic", pode ler-se no comunicado em que a venda foi anunciada.
"Esta transação demonstra que a mudança cultural em direção ao investimento de retalho na Europa está apenas a começar, especialmente à medida que governos como o da Alemanha avançam com reformas das pensões para incentivar a participação privada em ações", refere o CEO Christian Hecker.
De acordo com dados disponibilizados pelo neobanco, a Trade Republic conta com 10 milhões de utilizadores, espalhados por 18 mercados europeus. Ao todo, são mais de 150 mil milhões de euros em ativos. No que diz respeito à Península Ibérica, a instituição financeira já com com mais de um milhão de utilizadores, embora não desagregue os dados entre Portugal e Espanha.
Por cá, a "fintech" reforçou, em meados de novembro, a aposta no mundo dos ativos digitais, ao lançar uma carteira de criptomoedas, que permite aos seus clientes transferir, pagar e fazer "staking" deste tipo de ativos. Antes disso, em outubro, passou a possibilitar o investimento em dívida pública, incluindo de países como Portugal ou Estados Unidos e, em setembro, expandiu a oferta a uma nova classe de ativos, os mercados privados, através de investimento em fundos da Apollo e da EQT.
"Em Portugal, vemos diariamente cada vez mais pessoas a darem o seu primeiro passo como investidores. Esta operação confirma que o futuro dos sistemas de pensões passa, em grande medida, por complementar o pilar público com poupança privada acessível, simples e de baixo custo”, acrescenta Pablo López Gil-Albarellos, "country manager" para a Península Ibérica, no comunicado enviado esta quarta-feira.
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