pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Trump ameaça cortar salários de controladores de tráfego aéreo ausentes do trabalho

Além de ameaçar reduzir "substancialmente" os salários dos profissionais ausentes do serviço, dizendo que devem regressar "imediatamente" aos seus postos de trabalho, o Presidente dos EUA prometeu um bónus aos que se mantiverem em funções.

Donald Trump quer que controladores aéreos regressem ao trabalho
Donald Trump quer que controladores aéreos regressem ao trabalho Alex Brandon / AP
10 de Novembro de 2025 às 23:05

O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou esta segunda-feira cortar parte dos salários dos controladores de tráfego aéreo que deixaram de trabalhar devido à paralisação do governo federal.

"Todos os controladores de tráfego aéreo devem regressar ao trabalho IMEDIATAMENTE!!! Quem não regressar terá deduções substanciais" nos seus salários, publicou o Presidente norte-americano na rede Truth Social.

Trump mencionou ainda que irá "recomendar um bónus de 10.000 dólares" (cerca de 8.600 euros) por pessoa para os "patriotas" que permaneceram nos seus postos de trabalho durante a paralisação.

Ao mesmo tempo, o sindicato nacional dos controladores aéreos (NATCA) terminava uma conferência de imprensa, durante a qual apelou aos responsáveis políticos para que pusessem fim ao "shutdown" que os priva de salário há mais de 40 dias.

"Já chega", afirmou o presidente do sindicato, Nick Daniels, acrescentando que os controladores de tráfego aéreo "nunca deveriam ser usados como peões num jogo político".

"Já se passaram 41 dias desde que os controladores aéreos enfrentam uma incerteza financeira que gera stress, frustrações e pressões, impedindo-os de estar concentrados a 100% na sua missão", lamentou Daniels.

Segundo o sindicalista, há profissionais que "já não sabem como pagar a gasolina para ir trabalhar", ou mesmo os serviços de creche que lhes permitem ausentar-se de casa, e alguns começavam a aceitar pequenos trabalhos para pagar as contas, aumentando a fadiga.

Devido à paralisação do governo e à ordem da Administração Federal de Aviação (FAA) para reduzir o tráfego aéreo, por falta de controladores de tráfego, as companhias aéreas norte-americanas cancelaram no domingo perto de 2.100 voos, mais do dobro registado nos dois dias anteriores.

A lentidão em 40 dos aeroportos mais movimentados do país já dura há vários dias e começa a provocar interrupções mais generalizadas.

Foram ainda registados 7.000 atrasos adicionais no domingo, de acordo com o FlightAware, um 'site' que monitoriza as interrupções no tráfego aéreo.

Na sua publicação de hoje, Trump ameaçou punir os controladores "que não fizeram mais nada além de reclamar e tirar folgas, mesmo sabendo que brevemente iriam receber o pagamento na TOTALIDADE".

"NÃO ESTOU SATISFEITO COM VOCÊS. Não se mobilizaram para ajudar os Estados Unidos", afirmou Trump, aproveitando para remeter a responsabilidade pela paralisação para os democratas, que responsabilizam o Presidente por se recusar a negociar cortes orçamentais na área da saúde.

"Se quiserem abandonar o serviço em breve, por favor não hesitem em fazê-lo, SEM qualquer pagamento ou indemnização! Serão rapidamente substituídos por verdadeiros Patriotas, que farão um melhor trabalho com os equipamentos de última geração, os melhores do mundo, que estamos a encomendar", adiantou.

Na semana passada, a FAA ordenou cortes de voos nos aeroportos mais movimentados do país, uma vez que alguns controladores de tráfego aéreo, que estão sem receber o salário há quase um mês, deixaram de comparecer ao trabalho.

As reduções começaram na sexta-feira nos 4% e vão aumentar para 10% até 14 de novembro, afetando todas as companhias aéreas comerciais.

Segundo a Cirium, fornecedora de dados para a aviação, mais de 1.400 voos foram cancelados esta manhã nos Estados Unidos, representando 5,5% do tráfego previsto.

A paralisação do Governo começou em 01 de outubro devido à ausência de acordo entre republicanos e democratas para aprovar o novo orçamento federal, que permite financiar as operações governamentais.

Democratas e republicanos chegaram no domingo a acordo no Senado, o que permitirá pôr fim à mais longa paralisação governamental da história dos Estados Unidos.

Terá ainda de ser votado no Senado, na Câmara de Representantes (câmara baixa) e depois promulgado pelo Presidente.

O acordo, segundo a Bloomberg, vai permitir ao Congresso aprovar os fundos orçamentados para os departamentos da Agricultura, Assuntos dos Veteranos e outras agências até 30 de janeiro, ao mesmo tempo que possibilita o pagamento a cerca de 650.000 funcionários públicos a quem foi suspenso o salário e a reintegração de outros colocados em licença laboral.

O Governo tem falta de controladores de tráfego aéreo há anos, e várias administrações presidenciais tentaram convencer os controladores em idade de reforma a manterem-se nos cargos.

O secretário dos Transportes, Sean Duffy, afirmou que a paralisação do governo agravou o problema, levando alguns controladores de tráfego aéreo a antecipar as reformas.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio