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Quem são os futuros parceiros de May

Conservadores nos costumes, cépticos nas alterações climáticas, querem devolver o "orgulho" à Irlanda do Norte e reconstruir o território com novas infra-estruturas. É assim o DUP, o partido com que os Conservadores se deverão aliar.

Arelene Foster DUP unionistas Democratic Unionist Party Irlanda Norte
Arelene Foster DUP unionistas Democratic Unionist Party Irlanda Norte Reuters
09 de Junho de 2017 às 11:40

Depois do deslize eleitoral que colocou os conservadores sem maioria absoluta no parlamento britânico, a candidata Theresa May leva no bolso à reunião com a rainha Isabel II o princípio de acordo com os unionistas (pró-Reino Unido) democráticos.

O Democratic Unionist Party (DUP) é o maior partido político da Irlanda do Norte e conseguiu nestas eleições de 8 de Junho eleger 10 deputados, mais dois do que detinha até aqui, o que permitirá pelo menos 328 lugares dos 326 necessários para garantir a maioria e a governabilidade.

É esperado que, em troca do apoio a um governo conservador liderado por May, os unionistas garantam maior apoio financeiro para a Irlanda do Norte.

Depois do resultado do referendo de há um ano, em que o Reino Unido votou pela saída da União Europeia, o partido (pro-Brexit) vem defendendo uma retirada branda que respeite as circunstâncias da Irlanda do Norte e a sua relação com a Irlanda. Isto apesar de a Irlanda do Norte ter votado a favor da permanência no bloco europeu, por uma maioria de 56%.

Entre as propostas eleitorais do DUP estão o aumento dos salários e do emprego, um serviço de saúde de qualidade mundial, a reconstrução da Irlanda do Norte – nomeadamente através de novas infraestruturas e tecnologias -, ruas mais seguras e justiça mais inteligente, além de uma postura amiga da agricultura e da natureza e devolver o "orgulho na Irlanda do Norte". O partido propõe ainda aliviar os custos da energia para as famílias.

No campo social as posições são muito conservadoras. A líder eleita em Janeiro passado, Arlene Foster, de 46 anos (na foto), opõe-se à aplicação das lei da interrupção voluntária da gravidez no território – mais estritas do que as de Inglaterra. "Eu não quero que o aborto se torne tão disponível aqui como em Inglaterra," afirmou, citada pelo The Guardian. A interrupção da gravidez só é permitida em caso de perigo de vida ou de risco grave para a saúde e entre 2013 e 2014 só foram realizado 23 abortos no território.

O partido é ainda contra a introdução na Irlanda do Norte do casamento entre pessoas do mesmo sexo e em Março do ano passado viu-se envolvido em polémica devido a afirmações racistas de um dos seus membros, Sammy Wilson, que se mostrou favorável à saída das minorias étnicas do território. O DUP veio depois condenar oficialmente a afirmação.

O site OpenDemocracyUK dá conta das ligações históricas desta formação política a grupos paramilitares lealistas - esbatidas depois do início do período de paz no território - além do cepticismo em relação às alterações climáticas no planeta.

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