UE avalia novas sanções à Rússia para atingir bancos e empresas de petróleo
Para pressionar Putin a acabar com a guerra contra a Ucrânia, a União Europeia (UE) está a ponderar novas sanções contra bancos e empresas de energia russos. Bruxelas espera apoio da Casa Branca.
- 3
- ...
A União Europeia (UE) está a avaliar novas sanções contra cerca de meia dúzia de bancos e empresas de energia russos, no âmbito da mais recente ronda de medidas para pressionar a Rússia a pôr fim à guerra contra a Ucrânia.
O pacote, que será o 19.º desde a invasão russa da Ucrânia em 2022, poderá também visar os sistemas de pagamentos e cartões de crédito da Rússia, plataformas de troca de criptomoedas, bem como impor novas restrições ao comércio de petróleo do país.
A notícia está a ser avançada pela Bloomberg nesta segunda-feira, 8 de setembro, que cita fontes próximas do assunto.
Bruxelas espera ter o apoio e coordenar algumas destas novas medidas com os Estados Unidos (EUA), disseram as mesmas fontes. Uma delegação de responsáveis da UE vai viajar para Washington esta semana para se reunir com homólogos norte-americanos e debater a possibilidade de uma ação conjunta.
“Estamos preparados para aumentar a pressão sobre a Rússia, mas precisamos que os nossos parceiros na Europa acompanhem”, afirmou o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, numa entrevista à NBC no domingo.
Os EUA e a Europa estão a discutir novas sanções e tarifas secundárias contra a Rússia, na esperança de que um “colapso” económico russo leve Putin a aceitar conversações de paz com a Ucrânia, acrescentou Scott Bessent. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia russa cresça 0,9% este ano, significativamente abaixo dos 1,5% previstos anteriormente, indicando que o esforço de guerra já não está a alavancar a atividade.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, tem até agora evitado impor sanções diretas à Rússia, apesar de ter ultrapassado vários prazos autoimpostos e de Putin continuar a recusar negociar o fim da guerra.
Moscovo já é alvo de sanções tanto dos EUA como da Europa, mas tem conseguido contornar parte do seu impacto ao adquirir bens restritos à China e a outros países terceiros, além de encontrar clientes para o seu petróleo e gás na Índia e noutros locais.
O mais recente pacote de restrições da UE poderá reforçar as sanções sobre os navios-fantasma da Rússia, sobre intermediários de petróleo em países terceiros e poderá ainda introduzir uma proibição de ressegurar os petroleiros listados, segundo as mesmas fontes.
A UE está também a considerar um endurecimento das sanções contra grandes empresas petrolíferas russas, removendo exceções de que algumas, como a Rosneft, ainda beneficiam. Pondera igualmente proibir a exportação de mais bens e químicos utilizados pela indústria militar de Moscovo e impor restrições comerciais a empresas estrangeiras, incluindo na China, que fornecem esses materiais.
Em separado, a UE está a ponderar a possibilidade de aplicar pela primeira vez a sua “ferramenta anti-circunvenção” contra o Cazaquistão, disseram as fontes. Tal medida proibiria o país de importar um conjunto específico de máquinas que, segundo os dados comerciais do bloco, continuam a ser desviadas em grande escala para a Rússia, onde são usadas na produção de armamento.
As fontes alertaram que a utilização deste instrumento exige provas extensas e, como todas as sanções da UE, necessita da aprovação dos Estados-membros. O pacote proposto de sanções poderá sofrer alterações à medida que for discutido com as capitais do bloco nos próximos dias e semanas.
Outras medidas em consideração incluem restrições a vistos, a portos que recebam navios-fantasma sancionados e a serviços como a inteligência artificial, devido às suas potenciais aplicações militares, acrescentaram.
Os embaixadores da UE foram informados sobre o pacote proposto durante o fim de semana e espera-se que este seja formalmente apresentado nos próximos dias.
Mais lidas