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UE não se afasta de negociações, mas acena com contra-medidas de 72 mil milhões

Bruxelas adia retaliação, mas assegura que os 27 estão unidos e que todos os instrumentos de resposta estão na mesa.

Maroš Šefčovič, comissário europeu para o Comércio
Maroš Šefčovič, comissário europeu para o Comércio Olivier Hoslet/EPA
14 de Julho de 2025 às 14:39

A União Europeia (UE) adia contramedidas às tarifas norte-americanas e sobe a parada para uma segunda lista retaliatória abrangendo até 72 mil milhões de euros de bens dos Estados Unidos, mas não se afasta da mesa negocial até 1 de agosto e depois dessa data, anunciou nesta segunda-feira o comissário europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, após reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros para discutir a resposta à Administração de Donald Trump. 

"A UE não se afasta sem esforço genuíno",assegurou o responsável europeu do Comércio, dando conta de que ainda nesta segunda-feira voltará ao contacto com os parceiros norte-americanos, na expectativa de um entendimento que Bruxelas ainda considera possível. "A minha impressão é a de que é algo pelo qual vale a pena trabalhar, caso contrário não teríamos passado três meses a discutir um acordo de princípio com mais de 300 linhas tarifárias", afirmou.

A comunicação após a reunião dos 27 acontece depois de, neste domingo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter indicado que as contra-medidas retaliatórias em preparação pela União Europeia esperadas para esta segunda-feira, visando até 21 mil milhões de dólares de importações aos Estados Unidos,, na expectativa de um desenlace negocial até 1 de agosto.

No início do próximo mês, a Administração de Donald Trump ameaça com sobretaxas aduaneiras de 30% sobre a globalidade das vendas de bens europeus aos Estados Unidos. Neste momento, o bloco dos 27 enfrenta já tarifas de 10% para a generalidade dos bens, com sobretaxas mais elevadas aplicadas ao aço e ao alumínio (50%) e também aos veículos automóveis (25%).

No bloco, tem havido divergência quanto à resposta a dar aos Estados Unidos. França, nomeadamente, tem vindo a defender uma postura mais agressiva por parte de Bruxelas. A mensagem transmitida pela presidência rotativa da UE, assegurada neste momento pela Dinamarca, é porém a de que os Estados-membros mantêm o apoio às posições da Comissão. Lars Loke Rasmussen, ministro dinamarquês dos Negócios Estrangeiros, transmitiu a ideia de "um forte sentimento de unidade" na conferência de imprensa após a reunião dos 27.

A nova lista de sobretaxas para um valor de 72 mil milhões de euros já era antecipada por algumas , mas as possibilidades de resposta aos EUA, tal como as negociações, ficam ainda abertas. "Não esgota a nossa caixa de ferramentas e todos os instrumentos permanecem na mesa", segundo Maros Sefcovic.

Entretanto, Bruxelas diz estar a colocar fichas no rol de novos entendimentos comerciais com o resto do mundo, sobretudo na Ásia e Pacífico, com o comissário do Comércio a anunciar ao Conselho que foi alcançado acordo político para um acordo e livre comércio com a Indonésia - "uma das maiores economias do mundo", como quis salientar.

O comissário apontou também a futuros entendimentos com Tailândia, Filipinas ou Malásia, e sugeriu a possibilidade de um entendimento comercial com a Índia até ao final do ano. Há ainda negociações em curso com Emirados Árabes Unidos e a intenção de lançar "tão brevemente quanto possível" discussões com os países da Parceria Transpacífico (CCTTP, no acrónimo em inglês), que reúne Canadá, Austrália, Brunei, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname.

Atualizado com mais informação às 15h22.

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