Putin quer "solução negociada" para guerra na Ucrânia, diz Gerhard Schröder
Ex-líder do Partido Social-Democrata (SPD) da Alemanha, que tem sido alvo de críticas pela ligação ao presidente russo, defende a utilização do uso do Nord Stream 2, numa altura em que a Europa tenta reduzir a dependência energética da Rússia.
O presidente russo quer uma "solução negociada" na Ucrânia, garantiu o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder, numa entrevista ao semanário Stern, onde confirmou ter reunido novamente com Vladimir Putin na passada semana.
O antecessor de Angela Merkel, que ficou sob os holofotes após recusar condenar o presidente russo e de ter viajado até Moscovo em março - quando já decorria a guerra - insistiu ainda na abertura do gasoduto Nord Stream 2, cuja entrada em funcionamento foi suspensa por decisão de Olaf Scholz, atual chanceler, devido ao conflito.
"A boa notícia é que o Kremlin quer uma solução negociada", assegurou o ex-governante alemão, apontando que "o sucesso" do acordo alcançado para desbloquear as exportações de cereais retidos nos portos ucranianos pode ser o ponto de partida para um acordo de cessar-fogo.
Schröder, que foi responsável pelo acordo para a construção do primeiro gasoduto, o Nord Stream, considera que o seu governo tem uma especial responsabilidade na procura por essa solução, acusando o atual executivo de "não estar a fazer o suficiente".
Sobre o Nord Stream 2, apontou que deve ser colocado em funcionamento como forma de colmatar os atuais problemas de escassez de gás na Europa, criticando assim a decisão do governo liderado por Olaf Scholz, que anunciou a suspensão deste gasoduto como forma de punir a Rússia pela invasão da Ucrânia.
"Se não querem utilizar o Nord Stream 2, têm de suportar as consequências. E elas serão enormes também na Alemanha", assinalou.
Gerhard Schröder tem estado sobre forte pressão por parte do Partido Social-Democrata (SPD) da Alemanha, devido à ligação com Vladimir Putin, de quem é amigo. Após terminar o mandato, passou a ocupar vários cargos em conselhos de administração de empresas russas do setor da energia, uma ligação que em julho deste ano quase lhe valeu a expulsão do partido agora liderado por Scholz.
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