Grandes bancos confirmam redução de actividade na City londrina
Dois dos maiores bancos europeus confirmaram nesta quarta-feira, 18 de Janeiro, a sua intenção de reduzir a respectiva actividade em Londres retirando cerca de mil trabalhadores, cada um, da City financeira, noticia a Reuters.
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"Vamos mudar-nos dentro de dois anos quando o Brexit se consumar", disse à Reuters o presidente-executivo do HSBC, Stuart Gulliver, à margem da reunião anual do World Economic Forum que decorre em Davos, na Suíça. Em causa está a deslocalização de recursos que geram cerca de um quinto das receitas do banco, o que significará um milhar de postos de trabalho.
O presidente do UBS, Axel Weber, disse por seu turno à BBC que cerca de mil dos cinco mil funcionários do banco suíço sediados em Londres deverão ser afectados pelo Brexit.
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O HSBC, o maior banco da Europa, está em vantagem sobre os seus principais rivais norte-americanos, já que tem uma grande subsidiária em Paris que detém a maioria das licenças necessárias a um banco de investimento. Em 2015, a divisão de banca e mercados globais do HSBC obteve lucros de 384 milhões de dólares no Reino Unido.
Já o UBS criou, em 2016, um banco em Frankfurt para consolidar a maior parte das suas operações europeias de gestão de património, devendo agora esta estrutura ser ampliada.
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Frankfurt e Paris têm liderado as campanhas para atrair o negócio bilionário que está a ponderar sair da City. Lisboa tem atractivos, mas está sem estratégia. Margarida Marques, secretária de Estado dos Assuntos Europeus, garante ao Negócios que o governo está agora a trabalhar nesse sentido e quer captar investimentos instalados ou que estavam a caminho da City.
A primeira-ministra britânica anunciou nesta terça-feira que irá pedir o divórcio completo da União Europeia, incluindo a saída do mercado único no âmbito do qual foi criado um "passaporte" que permite às instituições financeiras venderem os seus serviços em toda a UE bastando-lhes estarem sediadas num único Estado. Theresa May disse querer, em contrapartida, negociar um novo acordo que permita à City continuar a funcionar como centro financeiro da UE, mas é muito incerto que o consiga.
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Escreve a Reuters, que a melhor esperança da City, que foi sempre contra o Brexit, é que o governo consiga obter um acordo transitório segundo o qual, após o Brexit, as empresas financeiras continuariam durante largos anos a poder operar a partir do Reino Unido para toda a UE, na expectativa de que um acordo de acesso privilegiado possa ser alcançado num prazo mais distante.
"Gostaríamos de ver um acordo de transição anunciado o mais rapidamente possível", disse Mark Boleat, presidente da comissão de política e recursos da empresa que gere o centro financeiro, a City of London Corporation.
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