FMI reafirma que dívida grega continua em níveis insustentáveis
Não é propriamente uma novidade, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) mantém-se aparte do programa de assistência financeiro atribuído no Verão de 2015 à Grécia, o terceiro no espaço de cinco anos. Numa entrevista à agência Reuters, Christine Lagarde, directora-geral do FMI, admitiu isso mesmo ao realçar que o Fundo continua a não estar preparado para integrar o apoio financeiro à Grécia que poderá ascender aos 86 mil milhões de euros.
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"Não fazemos parte do programa (resgate) porque eu já disse, repetidamente, que o programa tem de andar com duas pernas. Primeiro, têm de ser feitas reformas significativas e, em segundo [lugar], tem de haver uma dívida [pública grega] que seja sustentável de acordo com os nossos critérios e, segundo os nossos cálculos, nesta altura não é esse o caso", explicou Lagarde. Ainda assim, a líder do FMI destacou a importância das mais recentes privatizações levadas a cabo pelas autoridades helénicas.
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No final de Maio último, o Eurogrupo aprovou finalmente o desembolso de 10,3 mil milhões de euros destinados à Grécia, no âmbito da segunda fatia do resgate resultante do acordo alcançado há cerca de um ano, cujo desbloqueio estava inicialmente previsto para Outubro de 2015.
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Nessa altura foi noticiada a cedência do FMI em relação à inflexibilidade de apenas integrar financeiramente o resgate se houvesse um alívio substancial da dívida pública grega. Nessa altura, o organismo sediado em Washington disse aceitar que "o grosso da sustentabilidade da dívida grega" não seja tratado no imediato, o que possibilitaria regressar ao tema apenas em 2018. Contudo, o Fundo veio de imediato a terreno desmentir que tivesse recuado em relação a essa exigência, insistindo na ideia de que a dívida helénica continua em níveis insustentáveis.
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Apesar de a Grécia ter cedido à pressão do FMI e dos parceiros europeus, aceitando implementar reformas estruturais adicionais de forma a atingir em 2018 um excedente orçamental primário (sem contabilizar o pagamento de juros) de 3,5% do produto interno bruto (PIB) – o que lhe permitiu receber em troca a segunda tranche do resgate – o Fundo mantém, pelos vistos, a insistência na necessidade de um alívio "incondicional" da dívida helénica. Entretanto, já esta quinta-feira, 1 de Setembro, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em carta enviada ao Parlamento Europeu, comunicou que os ministros das Finanças europeus irão discutir, durante o encontro informal agendado para o próximo dia 9 de Setembro, o decurso da implementação do programa grego e definir datas para o desembolso das próximas tranches.
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