Moscovici diz que não faz sentido abandonar negociações do TTIP

O comissário europeu defende que a Europa deve aproveitar a oportunidade para elevar as exigências de Bruxelas face aos Estados Unidos nas negociações para o acordo transatlântico de parceria comercial e de investimento.
Pierre Moscovici
Bloomberg
Paulo Zacarias Gomes 02 de Setembro de 2016 às 11:40

O comissário europeu dos assuntos económicos, Pierre Moscovici, considerou que não faz sentido suspender as negociações para um tratado comercial entre os EUA e a União Europeia e que é mais "inteligente" continuar a pressionar Washington para aceitar as condições de Bruxelas.

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"Não me parece pertinente suspender essas negociações", afirmou Moscovici esta sexta-feira, 2 de Setembro, durante uma conferência de imprensa em Paris. Citado pela imprensa francesa, o comissário pediu antes que as conversações prossigam e que as exigências junto dos EUA sejam "elevadas".

As declarações do comissário chegam depois de o primeiro-ministro francês Manuel Valls ter pedido a "interrupção clara" das negociações para Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) e de, no domingo, o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, ter considerado que as conversações tinham falhado mas que nenhum dos lados o queria reconhecer.

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"As negociações com os EUA falharam de facto porque nós, europeus, não nos queremos submeter às exigências americanas", afirmou o número dois de Angela Merkel, citado pela agência Reuters.

Entretanto, esta semana, a Comissão Europeia garantiu que as conversações se mantêm.

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Moscovici pediu que as negociações "não devem conduzir a qualquer demagogia" e pediu aos ministros europeus com a pasta do comércio internacional que "apoiem a Comissão" nas suas negociações com os EUA.

Aconteça o que acontecer, não haverá acordo "antes do final do mandato" do Presidente Obama, afirmou esta semana o Presidente francês, horas depois de o secretário de Estado do comércio externo francês, Matthias Fekl ter anunciado que França pedirá formalmente este mês.

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As negociações entre os dois blocos prolongam-se há três anos e, pese embora o cepticismo do lado dos Europeus, os EUA mantinham-se ainda no início do verão optimistas no alcance de um acordo.

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