Presidente do Bundesbank defende que a Alemanha precisa dos refugiados
O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, considera que a Alemanha precisa, e pode beneficiar, da mão-de-obra providenciada pelos refugiados e migrantes que tentam entrar no território germânico. Numa entrevista publicada esta quarta-feira, 16 de Setembro, no jornal Süddeutsche Zeitung, Weidmann defendeu que a Alemanha necessita de "mão-de-obra adicional para poder manter o seu nível de bem-estar".
PUB
Para o líder da autoridade monetária germânica, citado pelo Cinco Días, "a imigração oferece também oportunidades e quanto melhor conseguirmos integrar na nossa sociedade e no mercado de trabalho aqueles [imigrantes] que vêm para ficar, mais oportunidades teremos".
PUB
Já depois de no início desta semana o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, ter revelado que Berlim espera agora receber 1 milhão de refugiados até ao final deste ano, e já não os anteriormente previstos 800 mil, Jens Weidmann sublinhou a importância de acolher imigrantes até como forma de contrariar "as alterações demográficas".
PUB
Segundo as autoridades federais alemãs, a população da Alemanha poderá encolher dos actuais 80 milhões de habitantes para apenas 68 milhões por volta de 2060. Já o número de pessoas em idade activa poderá cair cerca de 30% para 34 milhões em 2060.
PUB
Nesse sentido, mesmo classificando como "boa" a actual situação económica alemã, Jens Weidmann realça que "lidar com o fluxo de refugiados exigirá muito da Alemanha". E acrescenta que "o actual auge económico terminará um dia", pelo que "no longo prazo a Alemanha enfrenta desafios complexos como o envelhecimento demográfico, a crescente competição proveniente dos países emergentes e a transição energética".
PUB
Já ontem os fabricantes alemães de automóveis haviam apontado que a Alemanha dispõe de uma oportunidade ao acolher os refugiados que pretendem ir para o país. "Idealmente, isto pode ajudar a florescer um milagre económico", disse Dieter Zetsche, CEO da Daimler, citado pela Bloomberg.
PUB
Já o CEO da Volkswagen, Martin Winterkorn, notou que "muita gente qualificada está a chegar", o que considera ser "uma oportunidade para aproveitar as pessoas altamente especializadas e dar-lhes trabalho nas nossas fábricas". "É o nosso contributo para acabar com esta crise de refugiados", concluiu Winterkorn.
PUB
Saber mais sobre...
Saber mais Jens Weidmann Bundesbank Alemanha Dieter Zetsche Martin Winterkorn Sigmar Gabriel Refugiados Migrantes Imigrantes Crise Migratória Crise dos RefugiadosMais lidas
O Negócios recomenda