Novas exigências dos EUA podem minar acordo comercial com a UE
Os EUA continuam também a evitar a inclusão de vinhos e bebidas espirituosas na lista de produtos sujeitos a uma tarifa de 15%.
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Os EUA enviaram, no início de outubro, uma nova proposta para atualizar o acordo comercial em vigor com a União Europeia (UE), mas alguns representantes do organismo europeu viram nas novas exigências americanas um potencial enfraquecimento do entendimento alcançado pelas duas partes em agosto.
Os EUA apresentaram uma proposta atualizada para a implementação "recíproca, justa e equilibrada" do comércio entre os dois blocos económicos, segundo avança a Bloomberg. A agência de notícias descreve as novas propostas americanas como maximalistas e que exigem novas concessões europeias.
Não foi possível apurar o detalhe das novas exigências norte-americanas, mas sabe-se que as mesmas serão apresentadas aos Estados-membros da UE já nesta quarta-feira para que o grupo dos países possa entrar numa fase de discussão tendo em vista a atualização do acordo comercial.
Procurando pistas em declarações dos líderes norte-americanos após o fecho do acordo com a UE, a legislação europeia mais restrita na área da tecnologia – e que tem resultado em várias multas milionárias às empresas americanas – e também os objetivos climáticos propostos pelos europeus poderão ser dois dos temas nos quais as mais recentes propostas dos EUA se focam.
Os EUA também terão também mantido a vontade de deixar os vinhos e as bebidas espirituosas europeias de fora do acordo que prevê uma taxa de 15% sobre as importações oriundas da UE.
O comissário europeu da Indústria, Stepahne Sejourne, considerou esta semana que a estabilidade trazida pelo acordo comercial é a maior vantagem do entendimento feito com os EUA e que, se essa estabilidade for colocada em causa, então o benefício do acordo será igualmente colocado em causa.
De recordar que o acordo com os EUA já previa que a União Europeia eliminasse as tarifas de importação sobre bens industriais americanos e também produtos alimentares. A UE comprometeu-se ainda a comprar, até 2028, 750 mil milhões de dólares em petróleo, gás e combustíveis nucleares de origem norte-americana, assim como 40 mil milhões de dólares em "chips" para usar em centros de dados para inteligência artificial.
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