Grécia passa cheque de 750 milhões ao FMI
O Ministério grego das Finanças já deu ordem para pagar os mais de 750 milhões de euros devidos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) por conta do primeiro empréstimo internacional concedido à Grécia há cinco anos. A informação está a ser avançada pela Reuters, que cita duas fontes do Ministério de Yanis Varoufakis.
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Atenas tem garantido que pagará a tempo e horas ao FMI, depois de em Abril ter sido noticiado que Yanis Varoufakis abordara Christine Lagarde para pedir um adiamento, tendo então sido fortemente aconselhado a não formalizar esse pedido.
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Embora ainda tenha fundos por receber do segundo empréstimo negociado em 2012, a Grécia começou neste ano a reembolsar ao FMI o primeiro empréstimo, acordado em 2010. Estes desembolsos estariam cobertos com os novos empréstimos da troika que foram, no entanto, suspensos por falta de acordo sobre entre Atenas e os credores sobre o rumo do país.
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Atenas conseguiu até agora pagar aos credores internacionais, evitando entrar numa situação de incumprimento. Possivelmente essa margem financeira tem sido, em boa medida, assegurada porque o Governo de Alexis Tsipras emitiu um decreto que força as entidades locais e empresas públicas a transferir para o banco central todo o excesso de liquidez, ao mesmo tempo que tem adiado pagamentos a terceiros. Contudo, a associação de municípios decidiu neste fim-de-semana que irá desafiar o Governo e não transferirá mais verbas para o Estado central "a menos que o governo reconheça publicamente que o país está em dificuldades", segundo o que afirmou Giorgos Patoulis, presidente da associação de municípios, citado pelo Ekathimerini. Dados revelados nesta segunda-feira pelo site noticioso Macropolis apontam, por seu lado, para que as dívidas do Estado grego ao sector privado tenham subido mais de 10% em Março para 4,43 mil milhões de euros.
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"Faremos o possível para obter hoje uma decisão que nos permita um alívio em termos de liquidez", mas "acho que a solução vai surgir nos próximos dias, não necessariamente hoje", disse esta manhã Varoufakis à rádio grega Sto Kokkino, antes de chegar a Bruxelas onde decorre a reunião do Eurogrupo.
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"O governo grego está a batalhar numa luta negocial muito dura para alcançar um acordo que permita não apenas a libertação de uma nova transferência mas também uma alteração substantiva ao contexto de crise", acrescentou o governante, a quem o primeiro-ministro Alexis Tsipras retirou recentemente a coordenação directa das negociações com os parceiros europeus e FMI, após três meses de impasse que arriscam empurrar o país para uma crise de liquidez. Só em Junho, a Grécia tem de pagar mais 1,5 mil milhões ao FMI. Em Julho e Agosto, tem de devolver outros três mil milhões ao BCE.
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Há ainda 7,2 mil milhões de euros de sobra do segundo resgate, que foi prolongado em Fevereiro até ao fim de Junho. Mas o Eurogrupo desta tarde não irá dar luz verdes a novas transferências, dado que persistem profundas clivagens entre a troika e o governo grego sobre como tornar o país sustentável, em particular sobre a reforma do sistema pensionista e o grau de flexibilidade que deve ser mantido nos contratos de trabalho. Deste encontro - refere a Reuters - espera-se apenas uma curta declaração escrita para constatar progressos, assim como a promessa de Atenas de acelerar o seu trabalho e que "mais tempo e esforço são necessários para ultrapassar as diferenças que persistem".
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