Passos Coelho: “Não estamos a pedir nem mais tempo nem mais dinheiro”
Em cima da mesa, para Portugal e outros países europeus, está mais tempo para ajustar o défice orçamental em termos nominais. Não é mais tempo nem dinheiro para executar o programa de assistência acordado com a troika, que está essencialmente cumprido, diz o primeiro-ministro.
Pedro Passos Coelho rejeitou esta manhã que o Governo tenha mudado de estratégia e esteja a pedir mais tempo ou mais dinheiro à troika quando se refere à possibilidade de obter mais um ano para ajustar o défice orçamental.
“Não há nenhum dito pelo não dito”, disse o primeiro-ministro, assegurando que “Portugal não vai pedir nem mais tempo nem mais dinheiro”, ao contrário do que alega a oposição.
Falando aos jornalistas à margem da visita ao SISAB, o Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas que decorre em Lisboa, Passos Coelho explicou que não quer nem mais tempo nem mais dinheiro para executar o programa de assistência financeira acordado com a troika, que deve ser concluído em Junho de 2014 e com o pacote financeiro (78 mil milhões de euros) previsto.
O que está em cima da mesa, para Portugal e outros países europeus, é mais tempo para ajustar o défice orçamental em termos nominais, acrescentou Passos Coelho, referindo que a crise mais profunda na Europa está a colocar maiores dificuldades ao cumprimento das metas acordadas à "generalidade" dos Governos.
Passos Coelho considerou ainda que o programa de assistência está “em grande medida cumprido”, porque houve lugar a uma forte correcção do défice externo e foi executado o essencial das reformas estruturais para tornar a economia mais competitiva – “o essencial desse pacote reformista está realizado”, frisou.
Mesmo na frente orçamental, o primeiro-ministro destacou que, em termos estruturais, o défice foi reduzido em quase seis pontos percentuais em dois anos. “Temos do nosso lado um crédito que joga a nosso favor”, porque “com menos impostos e mais subsídios de desemprego em virtude da crise económica, a verdade é que o Estado diminuiu estruturalmente a sua despesa”.
Sobre a reforma do Estado e a poupança duradoura de quatro mil milhões de euros, o primeiro-ministro não elaborou. Disse que é no âmbito desta sétima avaliação da troika, em curso, que o Governo apresentará medidas que signifiquem cortes permanentes “a partir de 2014” e que essas propostas serão publicitadas “a seu tempo”.
(Notícia actualizada às 14h05)
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