pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

CES considera dois anos insuficientes para reformar o Estado

O presidente do Conselho Económico e Social (CES) considerou hoje que o programa de ajustamento está "mal desenhado" desde o início e que dois anos são insuficientes para alterar políticas e reformar o Estado.

18 de Junho de 2013 às 13:36

"O Programa [de Assistência Económica e Financeira] está mal desenhado. O CES já o disse desde o início", afirmou Silva Peneda no Parlamento.

No entender do presidente do CES, que foi ouvido esta manhã na comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, em conjunto com a comissão de Segurança Social e Trabalho, para apresentar aos deputados o parecer desta entidade no âmbito do Orçamento Rectificativo para 2013, "o memorando assinado entre Portugal e a 'troika' ignorou aspectos essenciais da economia portuguesa".

Silva Peneda questionou, a propósito, a "dosagem" de austeridade impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia (CE) e que têm vindo a ser aplicadas pelo Governo.

"Não é em dois anos que se consegue alterar tudo e acrescentar aí a Reforma do Estado, é impossível. Dois anos são muito pouco tempo", advertiu Silva Peneda.

Silva Peneda lembrou ainda que o CES sempre defendeu mais tempo e mais dinheiro para que Portugal possa cumprir as metas do défice impostas pelos credores internacionais.

"O programa de ajustamento tem corrido mal. Desde o início dissemos que era preciso mais dinheiro. O CES sempre defendeu a necessidade de mais tempo e o salvaguardar das pessoas com rendimentos mais baixos", reforçou Silva Peneda.

De acordo com o parecer, já aprovado pela entidade liderada por José Silva Peneda, ex-ministro do Emprego dos Governos de Cavaco Silva, as "medidas de consolidação orçamental demasiado ambiciosas", como o aumento de impostos em 2013, podem ser menos eficazes e agravar a recessão económica e o desemprego.

No documento apresentado esta manhã aos deputados, o CES considera que o Orçamento Rectificativo "demonstra de forma evidente as dificuldades de se avançar na redução do défice das finanças públicas em situação de recessão da actividade económica".

O parecer, elaborado pelo conselheiro João Ferreira do Amaral, refere que no final de 2012 as expectativas sobre a evolução económica para 2013 eram de "manutenção de uma evolução recessiva da actividade económica conjugada com um significativo aumento do desemprego".

O CES critica ainda o aumento do horário de trabalho dos funcionários públicos, de 35 para 40 horas semanais, considerando que "é um enorme retrocesso social" que se traduz numa redução do salário.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio