Costa anuncia reembolso total ao FMI até ao final do ano

O pagamento da totalidade do empréstimo ao FMI é mais um "virar de página", defende o primeiro-ministro. Até Outubro estavam em dívida 4,7 mil milhões, de um empréstimo inicial de 26,3 mil milhões de euros.
Costa anuncia reembolso total ao FMI até ao final do ano
Margarida Peixoto 29 de Novembro de 2018 às 13:07

Portugal vai acabar de pagar a dívida ao Fundo Monetário Internacional até ao final do ano, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, no encerramento do debate da proposta de Orçamento do Estado para 2019, na Assembleia da República.

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"Até ao final deste ano pagaremos a totalidade da dívida ao FMI, com todo o significado que comporta mais este virar de página", disse António Costa.

O anúncio assinala o culminar de uma estratégia de pagamentos antecipados ao Fundo, com o objectivo de reduzir os juros pagos pelo financiamento do Estado. Na prática, trata-se de trocar o empréstimo feito junto do FMI por financiamento no mercado, que tem exigido preços bastante abaixo dos cobrados pelo Fundo. Por exemplo, a dívida emitida entre Janeiro e Outubro deste ano teve um custo implícito de 1,9%, quando em 2011, o ano do pedido de ajuda internacional, esse custo foi de 5,8%.

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Esta estratégia tem permitido poupanças anuais elevadas que, tal como concluiu recentemente a Comissão Europeia e o Conselho das Finanças Públicas, estão a permitir financiar aumentos da despesa primária.

De acordo com o boletim mensal do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública, a 31 de Outubro o Estado ainda devia 4.717 milhões de euros ao FMI, de um empréstimo total, concedido no âmbito do programa de ajustamento da troika para evitar a entrada do país em bancarrota, de 26,3 mil milhões de euros.

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A emissão de dívida de longo prazo que o IGCP realizou a 14 de Novembro (1.250 milhões de euros com a emissão de obrigações com maturidade a 5 e 10 anos) teve como propósito angariar fundos para reembolsar o FMI.

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