Pensionistas que trabalham no Estado vão mesmo perder a pensão
Nas últimas semanas, o Governo apresentou diplomas contraditórios sobre esta matéria. Mas o regime que entrou em vigor no início do ano é para manter, esclarecem agora os deputados da maioria.
No início do ano, entrou em vigor uma norma que prevê que os pensionistas que trabalhem no Estado deixem de poder escolher entre o salário e a pensão. A legislação que já está em vigor obriga os pensionistas que trabalham para o Estado a prescindir da pensão, ficando com o salário, ainda que este seja mais baixo.
Nos últimos dias, porém, a maioria admitiu alterar esta regra, que esteve em estudo. Os diplomas apresentados pelo Governo estabeleciam normas contraditórias, por vezes discutidos simultaneamente em plenário, tal como o Negócios noticiou na semana passada. Agora, os deputados da maioria esclarecem que o princípio do salário é mesmo para manter.
"Queremos efectivamente que o pensionista que trabalha no Estado tenha a remuneração e prescinda da pensão", esclareceu ao Negócios a deputada Conceição Ruão, do PSD.
Uma intenção confirmada ao Negócios por Duarte Pacheco, vice-presidente da bancada do PSD, e por Artur Rêgo, do CDS.
É por isso que o artigo da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas que consagra este princípio não é revogado nas alterações que a maioria apresentou na sexta-feira na Assembleia da República, justificou a deputada Conceição Ruão.
A intenção agora esclarecida é coerente com as normas que constam da lei do orçamento do Estado para 2014 (já em vigor), do diploma da convergência (já aprovado) e da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (que está a ser debatida na especialidade).
Em contradição está a proposta de lei do orçamento rectificativo, que no entanto ainda poderá ser alterada na especialidade.
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