pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Rendas caem nos centros e disparam nas periferias

No segundo trimestre do ano, as rendas dos novos contratos de arrendamento para habitação caíram nos principais centros urbanos, incluindo Lisboa e Porto. Em contrapartida, dispararam nas periferias, crescendo a dois dígitos em municípios como Loures ou Amadora.

Miguel Baltazar
24 de Setembro de 2020 às 22:20
  • Partilhar artigo
  • ...

Os preços de venda das casas têm resistido nos últimos meses, mas, tal como havia sido antecipado pelos operadores do setor, o impacto da pandemia sobre o mercado de arrendamento habitacional já é notório. No segundo trimestre deste ano, e pela primeira vez desde que estes dados são recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as rendas ficaram praticamente estagnadas a nível nacional. Mas a evolução é muito díspar por todo o país: se nos centros de Lisboa e Porto, bem como em municípios como o de Cascais ou Oeiras, os preços já estão a cair, nas zonas da periferia, como Loures, Amadora ou Gondomar, estão a disparar.

Os dados divulgados pelo INE mostram uma clara travagem da evolução das rendas entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano. Nos primeiros três meses de 2020, as rendas ainda aumentaram 10% em relação ao período homólogo, tanto a nível nacional como nas cidades mais caras do país, incluindo Lisboa e Porto. No segundo trimestre, o aumento a nível nacional já foi de apenas 0,2% face a igual período do ano passado, com o valor mediano das rendas a fixar-se em 5,41 euros por metro quadrado.

E é, sobretudo, devido à evolução dos preços nas periferias de Lisboa e do Porto que este aumento, ainda que ligeiro, é verificado. Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes – os únicos para os quais o INE apresenta a análise por trimestre, sendo que, nos restantes casos, apenas são apresentados dados para o conjunto do primeiro semestre de 2020 –, os valores das rendas cresceram a dois dígitos em Leiria, Loures, Vila Nova de Famalicão, Seixal e Amadora. Também em Gondomar, Maia, Sintra, Vila Franca de Xira e Odivelas, todas nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, houve aumentos significativos.

Em sentido contrário, há uma forte redução nos maiores centros urbanos. Em Lisboa, a cidade mais cara do país para arrendar casa, o valor mediano das rendas caiu 6,4% no segundo trimestre, fixando-se em 11,36 euros por metro quadrado. A maior redução verificou-se em Cascais, onde as rendas caíram mais de 10% para os 10 euros por metro quadrado.

No Norte do país, a tendência é a mesma, ainda que menos acentuada. O valor mediano das rendas caiu 1,1% no Porto e fixou-se em 8,79 euros por metro quadrado, enquanto em Matosinhos a queda foi de 3,2% para os 7,31 euros por metro quadrado.

Este movimento surge num período ainda marcado pelo confinamento e paralisação de parte da economia, e em que vários proprietários retiraram as suas casas do alojamento local, perante a redução drástica de turistas. Segundo os dados mais recentes da Confidencial Imobiliário, no final de junho de 2020, Lisboa e Porto contavam com menos 2.900 apartamentos T0 e T1 destinados a alojamento local, em relação a junho do ano passado. O destino destes alojamentos não é conhecido, mas parte terá sido colocada no arrendamento tradicional.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio