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Esquerda admite inquérito parlamentar ao caso das offshores

PS e PCP admitem vir a pedir um inquérito parlamentar, a propósito do caso dos 10 mil milhões de euros em transferências para offshores que escaparam ao fisco

joão paulo correia, ps, partido socialista
joão paulo correia, ps, partido socialista Bruno Simão/Negócios
Negócios 22 de Fevereiro de 2017 às 09:25

Os casos políticos que têm justificado as comissões parlamentares de inquérito podem diversificar-se nos próximos tempos. PS, PCP e BE admitem vir a pedir um inquérito parlamentar sobre o caso dos 10 mil milhões de euros tranferidos para offshores na anterior legislatura sem controlo do fisco.

"Não podemos fechar essa porta", afirma o deputado João Paulo Correia, porta-voz do grupo parlamentar do PS para as questões das Finanças, em declarações ao Diário de Notícias. "Se a essas transferências corresponder uma receita fiscal de 15% estamos a falar de 1.500 milhões de euros", acrescenta.  

"Todos os instrumentos parlamentares estão em cima da mesa", afirma ao mesmo jornal o deputado Miguel Tiago, do PCP.

Em causa estão os cerca de 10 mil milhões de euros transferidos para offshores entre 2011 e 2015 sem controlo da Autoridade Tributária, uma situação que o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, que durante anos suspedeu a publicação de estatísticas sobre o assunto, afirma desconhecer

Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, é mais recuada: "Neste momento é importante que ambos os secretários de Estado dos Assuntos Fiscais", o actual e o anterior, "esclareçam a situação. Vamos esperar por isso e depois vemos os próximos passos a dar". 

Novas regras devem agora avançar

Há oito meses que estão no Parlamento várias propostas para combater a "criminalidade económica financeira e fiscal", mas o caso poderá fazer avançar alguns destes projectos.

"Vamos propor o avanço de alguns dos projectos", afirma ao Público o deputado João Paulo Correia, que faz parte do grupo de trabalho sobre estes projectos que retoma esta quarta-feira as reuniões.

O grupo de trabalho recebeu pareceres que pedem um agravamento da taxação de algumas transferências ou a obrigatoriedade de publicação de todos os montantes para países com tributação privilegidada.

O deputado do PS explica ao jornal que quer avançar com outros projectos relacionados com a criminalidade nestas áreas, como o que proíbe pagamentos em numerário acima de 3 mil euros.

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