Economia dos EUA cresce ao ritmo mais lento em três anos

Dificilmente Donald Trump terá tido muita influência neste resultado, mas nos primeiros meses como Presidente dos EUA o produto interno bruto (PIB) americano cresceu apenas 0,7%. Uma forte desaceleração face aos 2,1% do trimestre anterior, muito influenciada pelo arrefecimento do consumo.
Economia dos EUA cresce ao ritmo mais lento em três anos
Nuno Aguiar 28 de Abril de 2017 às 14:12

Foi menos ainda do que se esperava. Embora já se antecipasse uma desaceleração, a economia americana teve no primeiro trimestre do ano um desempenho pior do que os economistas tinham previsto. O PIB avançou 0,7%, o ritmo de crescimento mais baixo em mais de três anos, abaixo dos 1% esperados pelos analistas e longe dos 2,1% dos últimos três meses de 2016. 

"A desaceleração no PIB real no primeiro trimestre reflecte uma desaceleração das despesas de consumo pessoais, diminuição de stocks de investimento privado e dos gastos dos governos estaduais e locais, [factores] parcialmente compensados pelo crescimento das exportações e acelerações no investimento", pode ler-se na nota do Departamento de Análise Económica dos EUA.

O consumo privado - a maior fatia da economia - foi especialmente afectado, com um crescimento de apenas 0,3% neste arranque do ano, o pior resultado desde 2009 (tinha sido 3,5% no final do ano passado). A venda de carros caiu durante todos os meses do ano, houve menos gastos com energia e um atraso nos reembolsos de impostos que também poderá ter prejudicado o consumo no trimestre. 

É necessário sublinhar, contudo, que os primeiros três meses do ano tendem a apresentar um crescimento mais frágil do que os restantes trimestres, devido ao comportamento sazonal da economia. Embora os dados sejam ajustados a esses efeitos, a verdade é que o crescimento do PIB americano no primeiro trimestre tem sido, em média, menos de metade do resto do ano. Espera-se, por isso, que este arrefecimento seja provisório e que se assista a uma recuperação nos próximos trimestres. 

"Há motivos para pensar que algumas das rubricas que foram fracas no primeiro trimestre invertam [a trajectória] no segundo trimestre, em especial o consumo e os stocks", explica à Bloomberg Michael Feroli, economista-chefe da JP Morgan. "O rendimento do trabalho começa a recuperar e está a apoiar relativamente bem o consumo privado."

Estes são os primeiros dados de PIB desde que Donald Trump assumiu a Presidência dos EUA a 20 de Janeiro deste ano. Embora a sua influência neste resultado seja provavelmente limitada, estes são já dados da sua responsabilidade e aos quais já reagiu preventivamente há dois dias, apontando para o fraco resultado conseguido por Barack Obama.

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"A desaceleração no PIB real no primeiro trimestre reflecte uma desaceleração das despesas de consumo pessoais, diminuição de stocks de investimento privado e dos gastos dos governos estaduais e locais, [factores] parcialmente compensados pelo crescimento das exportações e acelerações no investimento", pode ler-se na nota do Departamento de Análise Económica dos EUA.

O consumo privado - a maior fatia da economia - foi especialmente afectado, com um crescimento de apenas 0,3% neste arranque do ano, o pior resultado desde 2009 (tinha sido 3,5% no final do ano passado). A venda de carros caiu durante todos os meses do ano, houve menos gastos com energia e um atraso nos reembolsos de impostos que também poderá ter prejudicado o consumo no trimestre. 

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É necessário sublinhar, contudo, que os primeiros três meses do ano tendem a apresentar um crescimento mais frágil do que os restantes trimestres, devido ao comportamento sazonal da economia. Embora os dados sejam ajustados a esses efeitos, a verdade é que o crescimento do PIB americano no primeiro trimestre tem sido, em média, menos de metade do resto do ano. Espera-se, por isso, que este arrefecimento seja provisório e que se assista a uma recuperação nos próximos trimestres. 

"Há motivos para pensar que algumas das rubricas que foram fracas no primeiro trimestre invertam [a trajectória] no segundo trimestre, em especial o consumo e os stocks", explica à Bloomberg Michael Feroli, economista-chefe da JP Morgan. "O rendimento do trabalho começa a recuperar e está a apoiar relativamente bem o consumo privado."

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The U.S. recorded its slowest economic growth in five years (2016). GDP up only 1.6%. Trade deficits hurt the economy very badly.

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O Presidente dos Estados Unidos prometeu colocar a economia a crescer entre 3% a 4%, algo absolutamente necessário para pagar algumas das medidas que pretende implementar, como o enorme corte de impostos que apresentou na quarta-feira e que deverá beneficiar os americanos mais ricos e as grandes empresas. Esse objectivo de crescimento tem sido recebido com desconfiança pelos economistas. Será difícil a economia americana avançar a um ritmo superior a 2,5% ao ano. 

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