Tesouro dos EUA: “Não queremos entrar em guerras comerciais”
O encontro era visto com alguma expectativa, uma vez que a nova Administração norte-americana tem criticado a dimensão do excedente comercial alemão e Donald Trump até já ameaçou taxar os BMW que entram nos EUA via México. Na conferência de imprensa no final do encontro, as perguntas centraram-se nas intenções de Washington, nomeadamente em relação a medidas proteccionistas, um dos principais pilares da campanha presidencial de Donald Trump.
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"Tivemos uma discussão muito produtiva sobre comércio e nosso objectivo é ter acordos mais equilibrados que sejam bons para nós e para os outros. O Presidente acredita no comércio livre. Mas quer comércio livre e justo. Alguns acordos têm de ser renegociados", afirmou Steven Mnuchin, lado a lado com o ministro das Finanças alemão.
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Confrontado com declarações recentes de um dos principais conselheiros de Trump – que acusou a Alemanha de usar um euro muito desvalorizado para se aproveitar comercialmente dos EUA – Mnuchin não quis comentar. "Tal como não comento especificidades do dólar, também não comento o euro. Diria apenas que o euro é usado por muitos países e influenciado por muitos aspectos."
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Mnuchin, que ocupa um cargo equivalente a ministro das Finanças, foi bastante cauteloso nas declarações, mesmo quando se referiu à possibilidade de serem criadas novas tarifas aduaneiras para a entrada de produtos nos Estados Unidos. "Os EUA têm um dos mercados comerciais mais abertos de todo o mundo e são um dos maiores mercados do mundo. O Presidente quer ter a certeza que os nossos acordos são recíprocos e justos, afirmou. "O nosso objectivo é ter crescimento económico que seja bom para os EUA e para o resto do mundo. Não é o nosso desejo entrar em guerras comerciais. O comércio é uma parte importante do crescimento."
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Apesar das várias divergências entre os dois governos, Schäuble adoptou também uma postura pouco confrontacional, mas não deixou passar a oportunidade de explicar o motivo pelo qual a Alemanha tem um superavit tão significativo. "Falámos sobre isto e há vários motivos para esse excedente", sublinhou o ministro das Finanças alemão. "Não se esqueçam que não temos a nossa própria moeda. Fazemos parte da Zona Euro com outros 18 Estados. Isso precisa de ser destacado. É o BCE que é responsável pela política monetária."
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Ainda assim, aproveitou para atacar a coerência das críticas dos EUA. "Podemos discutir o excedente da Califórnia, para falar do contexto americano. Nós estamos numa união monetária, com o BCE… Não estou a criticar, é como é."
Minutos antes, Schäuble tinha reconhecido que "é perfeitamente natural que não se concorde com tudo", mas que Berlim e Washington têm "uma posição comum". "Ambos queremos estimular crescimento global sustentável."
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