EUA vão comprar até dez reatores nucleares. Japão paga, garante Departamento de Energia
O Departamento de Energia quer utilizar o montante que o Japão prometeu investir nos EUA para comprar até dez grandes reatores nucleares, numa altura em que Trump quer maximizar a produção energética do país.
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Os EUA estão a planear comprar e deter até dez grandes reatores nucleares, informou esta quarta-feira o Departamento de Energia norte-americano. De acordo com o seu chefe de gabinete, Carl Coe, as infraestruturas poderão vir a ser pagas pelo Japão, que prometeu investir 550 mil milhões de dólares na maior economia do mundo - em troca de tarifas de 15%.
Nas contas estarão incluídos os 80 mil milhões de dólares que os EUA irão gastar a construir um número não especificado de reatores nucleares, num acordo celebrado no final de outubro com a Westinghouse Electric. Estes investimentos acontecem numa altura em que Donald Trump, Presidente norte-americano, tem avançado com planos para maximizar a produção energética do país - com grande foco no petróleo, gás, carvão e nuclear.
Numa conferência sobre energia organizada pelo Tennessee Advanced Energy Business Council, Carl Coe afirmou que, apesar de "o papel do governo nos mercados privados ser inviolável (não se faz isso)", o país está perante "uma emergência nacional", que necessita de intervenção pública.
Na sua última visita ao Japão, Donald Trump já tinha indicado que o Japão iria financiar os EUA em pelo menos 332 mil milhões de dólares para apoiar a infraestrutura energética norte-americana, incluindo a construção dos reatores Westinghouse AP1000 e outros pequenos reatores. De acordo com o acordo assinado com a empresa em outubro, os EUA vão ficar com 20% de todos os lucros que estas infraestruturas gerem, após a Westinghouse Electric pagar 17,5 mil milhões de dólares aos seus donos - os grupos canadianos Brookfield e Cameco.
Em agosto de 2023, os EUA tinham 54 centrais nucleares com 93 reatores ativos, que, em 2020, produziram cerca de 20% de toda a energia gerada no país, de acordo com o website oficial do Departamento de Energia norte-americano. É a maior rede de centrais nucleares do mundo, mas que tem vindo a decrescer desde 2012.
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