Trump quer concessões "substanciais" da China. Nova pausa nas tarifas "improvável"
O Presidente dos EUA diz que uma nova suspensão das tarifas recíprocas não deverá acontecer e que as taxas sobre a China não vão ser retiradas a não ser que o governo de Xi Jinping apresente "algo substancial" em troca.
O Presidente dos EUA sugeriu esta sexta-feira que um novo adiamento das chamadas tarifas recíprocas não deverá acontecer, num momento em que decorrem negociações com vários países sobre as taxas alfandegárias impostas pela Administração Trump e depois suspensas por 90 dias, mantendo-se apenas uma taxa básica de 10% (excetuando as taxas de mais de 100% sobre a China). Quando questionado sobre o cenário de uma nova pausa pelos jornalistas a bordo do avisão presidencial Air Force 1, Donald Trump disse ser "improvável".
O Presidente dos EUA acrescentou também que não vai retirar as tarifas sobre a China (atualmente nos 145%) a não ser que Pequim ofereça "algo substancial" em troca. Trump disse que gostaria de ver uma maior abertura da economia chinesa, embora não acredite que isso vá acontecer, pelo que não o irá exigir nas negociações. "Isso seria ótimo. Seria uma grande vitória, mas não tenho a certeza se vou pedi-lo, porque eles não querem" a abertura da economia, disse Trump.
As declarações de Trump sobre a China têm-se multiplicado na última semana, com o Presidente dos EUA primeiramente a reconhecer que as "tarifas terão de descer substancialmente, mas não para zero", e que não tem necessidade de negociar agressivamente com o governo de Xi Jinping, prometendo ser "simpático". O secretário do Tesouro dos EUA, por sua vez, disse que o atual nível de tarifas é "insustentável" e que terá de haver uma moderação das taxas, mas ressalvando que não foi apresentada qualquer proposta unilateral.
Depois de a China na quinta-feira ter negado oficialmente qualquer negociação com a Administração dos EUA, numa entrevista publicada esta sexta-feira com a revista Time, Trump disse ter falado telefonicamente com o seu homólogo chinês, com a questão das tarifas comerciais em cima da mesa. "Estamos a reunir-nos com a China. Estamos a dar-nos bem com toda a gente", disse à publicação.
Sobre a instabilidade que a política de tarifas está a causar nos mercados financeiros, Trump disse que acredita estar a haver um ajustamento, desvalorizando a volatilidade que atingiu as ações e obrigações desde o Dia da Libertação, a 2 de abril, em que anunciou as tarifas recíprocas sobre dezenas de países. "Eu disse que iria haver uma transição", referiu. "As pessoas não perceberam, mas agora estão a começar a perceber."
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