Bruxelas contrapropôs tarifas zero aos Estados Unidos nos bens industriais
A Comissão Europeia propôs aos Estados Unidos tarifas zero (dos dois lados) sobre os produtos industriais (automóveis incluídos), mas uma medida que, apesar de ainda não haver uma resposta concreta do outro lado do Atlântico, continua em cima da mesa. Mas von der Leyen diz que está preparada para apresentar outras medidas, enquanto privilegia a negociação com a administração Trump. Entretanto, Bruxelas vai lançar uma equipa de monitorização das importações.
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A líder do executivo comunitário falava nesta segunda-feira, 7 de abril, numa conferência de imprensa em Bruxelas, após um encontro com o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, citada pelas agências internacionais. Mas na rede social X (antigo Twitter) também já deixou as mensagens principais: "Oferecemos tarifas 'zero por zero' sobre os produtos industriais", disse. Incluídos estão também os automóveis. Mas a proposta não surtiu efeito.
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"Estamos sempre prontos para um bom acordo. Por isso vamos mantê-lo em cima da mesa", acrescentou von der Leyen. "Mas também estamos preparados para responder através de contramedidas e para defender os nossos interesses", sublinhou a líder europeia.
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Europe is ready to negotiate with the US.
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We have offered zero-for-zero tariffs for industrial goods.
Because we're always ready for a good deal.
But we’re also prepared to respond with countermeasures.
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And protect ourselves against indirect effects through trade diversion. pic.twitter.com/hpZ77TXH4B
Von der Leyen anunciou ainda que a União Europeia (UE) vai criar uma equipa especial para monitorizar potenciais desvios de comércio em resultado das tarifas dos Estados Unidos, enquanto insiste em negociar com a administração Trump. "Este é um momento de viragem crucial para os Estados Unidos", disse.
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O conselheiro da Casa Branca para o comércio Pedro Navarro disse nesta segunda-feira à CNBC que a oferta de tarifas zero é um "bom pequeno começo", mas frisou que o problema principal "é fazer batota" fora das tarifas, citando o IVA que o bloco europeu aplica sobre os produtos norte-americanos (na verdade sobre todos os produtos dentro da Europa, independentemente da sua origem).
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Von der Leyen ainda não se reuniu com Donald Trump desde que o presidente iniciou o seu segundo mandato à frente da Casa Branca, em janeiro deste ano. O comissário europeu com a pasta do Comércio, Maroš Šefcovic, visitou Washington para se encontrar com oficiais da Administração Trump mas não conseguiu ainda nenhum tipo de acordo.
"É claro que as negociações têm de ser aprofundadas em detalhes técnicos" antes de chegar a Trump, considerou von der Leyen. "Isto tem de ser resolvido primeiro". Entretanto, a líder da Comissão Europeia disse que a 'task force' das importações vai olhar para dados históricos e acompanhar potenciais aumentos nas importações de determinados produtos ou setores que precisam ser apoiados.
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O objetivo é ver se há desvio das importações perante as tarifas norte-americanas. A UE diz estar preparada para se "proteger contra os efeitos indiretos" desses desvios. Essa informação será a base para definir medidas de apoio, acrescentou.
Von der Leyen defendeu ainda a importância de reforçar o mercado único europeu e de encontrar alternativas. "Vamos focar-nos nos 83% do comércio global além dos Estados Unidos", afirmou. Há "várias oportunidades", acrescentou, clarificando que será necessário fortalecer as alianças comerciais com outros parceiros.
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(Notícia atualizada às 15:31 com mais informação)
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