Presidente da Ucrânia acusa Moscovo de invadir o sudeste do país
Novo escalar da tensão entre Kiev e Moscovo. O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, cancelou, esta quinta-feira, uma visita de Estado à Turquia depois de garantir que "está em curso uma invasão das forças russas" no sudeste do país. A preocupação face aos últimos acontecimentos levou as autoridades ucranianas a pedir auxílio à União Europeia (UE) e uma reunião urgente do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas.
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O embaixador ucraniano junto da UE, Kostiantyn Yelisieiev, citado pelo La Repubblica, pediu a Bruxelas "assistência militar em larga escala" e posteriores "novas e significativas sanções que interrompam a agressão russa". Um encontro com carácter de urgência do CS foi justificado por Poroshenko pela necessidade de "o mundo precisar de avaliar o sério o agravar da situação na Ucrânia".
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O primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk , que esta quarta-feira acusou Moscovo de estar a planear a interrupção do abastecimento de gás para a Europa já durante o próximo Inverno, revelou entretanto que as forças russas "avançaram pelo sudeste do país" o que levou a uma "deterioração substancial da situação na região". Yatseniuk pediu que a UE e os Estados Unidos procedam a um bloqueamento total da economia russa até que Moscovo interrompa a sua colaboração com os rebeldes separatistas.
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Tanto o primeiro-ministro Yatseniuk como o embaixador dos Estados Unidos em Kiev, Geoffrey Pyatt, garantem que Moscovo está directamente envolvida nos mais recentes combates. "A Rússia forneceu tanques, veículos blindados, artilharia e lançadores de rockets, que se revelaram incapazes de derrotar as forças armadas ucranianas. Portanto, neste momento há cada vez mais militares russos a intervir directamente em solo ucraniano".
A imprensa internacional confirma que os rebeldes separatistas assumiram o controlo de várias pequenas localidades e da cidade de Novoazovsk, muito próxima da cidade portuária de Mariupol. A BBC refere que foi aberta nova frente de combate no sudeste da Ucrânia, o que aumenta o receio de que os rebeldes avancem para Mariupol, o principal porto no Mar de Azov.
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Recorde-se que Moscovo já controla, através da Crimeia, os principais portos do Mar Negro, como Sevastopol, e também o estreito de Kerch, que garante acesso ao Mar de Azov. Se Kiev perder o controlo de Mariupol fica praticamente sem qualquer capacidade militar no Mar Negro e reduz a sua capacidade comercial marítima.
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Apesar das críticas e preocupações já demonstradas pela Europa, o Kremlin insiste que se trata de uma questão interna ucraniana e mantém não ter participado em qualquer movimentação militar, isto apesar de os rebeldes separatistas pró-russos já terem confirmado que entre 3 e 4 mil russos estão a combater no leste da Ucrânia. Isso mesmo foi confirmado pelo líder político da República Popular de Donetsk, Alexander Zakharchenko, que revelou a intenção dos separatistas de avançarem para Mariupol.
François Hollande reagiu considerando a situação de "inaceitável e intolerável". De Bruxelas seguiu a reacção da representante para a política externa europeia Catherine Ashton. A porta-voz de Ashton, Maja Kocijancic, confirmou que a UE está "extremamente preocupada perante os últimos desenvolvimentos, incluindo o que está a acontecer no terreno".
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