Trump: "Fase um" de acordo comercial com a China pode estar para "breve"
Donald Trump esteve novamente no evento anual do Economic Club of New York e, invariavelmente, voltou a enaltecer as políticas levadas a cabo pela sua administração, sobretudo na frente económica e designadamente a disputa comercial promovida por Washington.
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O presidente dos Estados Unidos criticou as "más práticas comerciais" da China e defendeu que a disputa promovida por Washington contra Pequim está a dar resultado. Donald Trump sublinhou que "a China está a pagar" esta disputa, desde logo porque está a atravessar "o pior ano" em mais de meio século e, como tal, os chineses "estão mortos por chegar a acordo". Segundo a Bloomberg, em outubro, as exportações e importações chinesas voltaram a contrair, embora o défice comercial norte-americano nas trocas bilaterais com a China, que Trump prometeu combater, aumentou no mesmo período para 26,4 mil milhões de dólares.
Frisando que a obtenção, ou não, de um acordo comercial entre as duas maiores economias mundiais está na mão dos Estados Unidos, Trump adiantou que um compromisso poderá ser assinado em breve: "Estamos perto, a significativa 'fase um' do acordo pode acontecer em breve". Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, tinham planeado firmar este 'primeira fase" de um acordo comercial durante uma conferência no Chile que foi cancelada devido à crise politico-social que assola o país.
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Mas se tal não acontecer, Trump garante, fiel ao seu estilo, que as tarifas aduaneiras aplicadas aos bens importados da China serão novamente reforçadas. A declaração do líder americano volta, pela enésima vez, a revestir de maior otimismo as perspetivas de um acordo capaz de pôr fim à espiral protecionista iniciada em 2018.
No entanto, não é de afastar um novo retrocesso, tal como tem vindo a suceder repetidamente nesta negociação marcada por altos e baixos. Ainda recentemente foi noticiado que Estados Unidos e Pequim haviam chegado a um acordo preliminar para o levantamento gradual das taxas alfandegárias agravadas mutuamente impostas já a partir de dezembro, contudo Trump foi lesto a desmentir esse cenário. Na intervenção desta terça-feira, o governante não deixou qualquer indicação sobre os bens que poderão ser alvo do levantamento progressivo das taxas reforçadas.
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Os indicadores sobre o impacto negativo da disputa comercial em curso com a China para a economia norte-americana são para Trump uma necessidade tendo em vista um bem maior, no caso a prossecução dos interesses americanos.
Trump não abordou tarifas aos automóveis europeus
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A Casa Branca tem até esta quarta-feira para decidir se aplica a tarifa aduaneira de 20% à importação de carros e componentes automóveis oriundos da União Europeia ou se volta a adiar essa imposição por novos seis meses. Espeva-se que o presidente dos EUA desse algum sinal no discurso desta tarde, contudo tal não se verificou.
Sobre as trocas comerciais com o bloco europeu, Donald Trump limitou-se a classificar as barreiras ao comércio impostas pela União como "terríveis e de muitas formas piores do que as impostas pela China". "Chamam a isso comércio justo, não é comércio justo, é comércio estúpido", atirou.
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Entretanto, a Fox Business noticiou que Robert Lighthizer, o representante norte-americano para o Comércio, entrega amanhã, à Casa Branca, um relatório que deixa nas mãos de Trump a possibilidade de "atingir países específicos" com a referida taxa sobre veículos automóveis da UE e respetivas componentes. Contudo, antes o Politico já havia avançado que o cenário mais provável passa por um novo adiamento de seis meses.
Fed novamente na mira
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Já é recorrente e Trump voltou a criticar a atuação da Reserva Federal dos Estados Unidos. Para o presidente americano, o banco central liderado por Jerome Powell continua a dificultar a vida à Casa Branca ao penalizar a capacidade competitiva do país,.
"Estamos a competir ativamente com nações que declaradamente cortam as taxas de juro", sustentou lembrando que a Fed "não deixa" os EUA fazerem o mesmo. Trump tem criticado a postura conservadora do banco central na dimensão dos cortes da taxa diretora - que foi reduzida nas últimas três reuniões da Fed, em 25 pontos base de cada vez.
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Num discurso já a pensar na reeleição, e que se prolongou durante mais de uma hora, Donald Trump gastou boa parte do tempo a fazer auto-elogios à sua governação, lembrando o recorde de quase 7 milhões de novos postos de trabalho criados durante a sua administração ou a política comercial "100% favorável aos interesses" dos EUA. Sobre o futuro, garantiu que "o melhor ainda está para vir".
(Notícia atualizada às 19:00)
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