Netanyahu diz que Israel está pronto para receber todos os reféns já este domingo
Israel esta “pronto a acolher imediatamente todos” os reféns ainda retidos pelo Hamas e os seus aliados na Faixa de Gaza, disse este domingo o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, segundo um comunicado do seu gabinete.
“Israel está pronto e preparado para a receção imediata de todos os nossos reféns”, afirmou o gabinete de Netanyahu num comunicado à imprensa israelita.
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O Wall Street Journal adiantou nas últimas horas que o Hamas confirmou a Israel ter 20 reféns vivos e que se prontificou a entregá-los hoje mesmo ou na segunda-feira, como inicialmente previsto. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, também confirmou que os reféns devem ser libertados nas próximas 24 horas.
O acordo alcançado na quinta-feira prevê a libertação de centenas de detidos palestinianos em troca do regresso dos 48 reféns ainda cativos em Gaza, dos quais 47 (e entre esses 27 mortos) foram sequestrados no ataque do Hamas a 07 de outubro de 2023 em Israel. Entretanto, a ajuda humanitária começou a chegar a Gaza, outro dos pontos previstos no acordo.
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Segundo o coordenador israelita para o tema dos reféns, Gal Hirsch, já terminaram os preparativos para a trasladação dos reféns mortos, que será assegurada pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha, de "forma respeitosa", até ao Instituto de Medicina Legal, onde serão identificados os restos mortais.
Os presos e detidos palestinianos que serão libertados já se encontram nas prisões de Ofer na Cisjordânia ocupada e na prisão de Ketziot, no sul de Israel, esta última de onde serão repatriados para Gaza e países terceiros.
Milhares de funcionários trabalharam durante toda a noite de sexta-feira, segundo adiantaram hoje os serviços prisionais israelitas, para transferir os presos palestinianos que serão libertados na troca de reféns.
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Na lista dos que serão libertados não se encontram figuras proeminentes como Marwan Barghouti - detido em 2002 durante a segunda Intifada e a quem muitos palestinianos veem como sucessor de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestiniana - ou Ahmed Saadat, ex-secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina.
No entanto, adensam-se as dúvidas sobre a viabilidade da troca, já que o Hamas recusou participar na assinatura oficial do acordo de paz com Israel, depois de rejeitar a parte do plano que implica o desarmamento do movimento de resistência islâmica.
Já hoje, o Hamas afirmou que não participará na governação de Gaza no pós-guerra, na véspera da cimeira dedicada ao território palestiniano, que reunirá no Egito cerca de duas dezenas de dirigentes em torno de Donald Trump.
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Após dois anos de guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, entrou em vigor na passada sexta-feira um cessar-fogo com base no plano de 20 pontos apresentado pelo Presidente norte-americano, que prevê o desarmamento do Hamas e exclui qualquer papel do movimento na futura governação do território palestiniano.
“Para o Hamas, a governação da Faixa de Gaza é uma questão resolvida. O Hamas não participará de forma alguma na fase de transição, o que significa que renunciou ao controlo da Faixa de Gaza, mas continua a ser um elemento fundamental da sociedade palestiniana”, declarou à AFP, sob anonimato, uma fonte próxima da equipa de negociadores do Hamas.
Embora a liderança do Hamas tenha estado no passado dividida sobre questões-chave, nomeadamente quanto à administração futura de Gaza, a recusa em relação ao desarmamento parece ser consensual.
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“O Hamas aceita uma trégua de longa duração e que as suas armas não sejam utilizadas durante esse período, exceto em caso de ataque israelita contra Gaza”, referiu a mesma fonte. “A entrega das armas proposta está totalmente fora de questão e não é negociável”, afirmou no sábado outro responsável do Hamas.
Entretanto, no Egito ultimam-se preparativos para a cimeira de segunda-feira, com a país anfitrião a revelar ter convidado países árabes, islâmicos, europeus e asiáticos para assistir à "histórica" Cimeira de Paz de Sharm el-Sheikh sobre a Faixa de Gaza, copresidida pelos presidentes norte-americano, Donald Trump, e egípcio, Abdelfatah al-Sisi.
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