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Presidente chinês apoia Lula e condena "protecionismo" após taxas de EUA ao Brasil

"Todos os países devem unir-se e opor-se firmemente ao unilateralismo e ao protecionismo", defende Xi Jinping.

Xi Jinping condena protecionismo após tarifas dos EUA ao Brasil. Lula expressa apoio
Xi Jinping condena protecionismo após tarifas dos EUA ao Brasil. Lula expressa apoio Nhac Nguyen / Pool - Lusa - EPA
12 de Agosto de 2025 às 07:07

O Presidente da China, Xi Jinping, condenou esta terça-feira o "protecionismo", durante uma conversa por telefone com o homólogo brasileiro, Lula da Silva, após os Estados Unidos terem imposto recentemente tarifas sobre produtos do Brasil.

"Todos os países devem unir-se e opor-se firmemente ao unilateralismo e ao protecionismo", afirmou Xi, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O chefe de Estado indicou que a China "apoia o povo brasileiro na defesa da sua soberania nacional e o Brasil na proteção dos seus legítimos direitos e interesses", sem mencionar diretamente as tarifas norte-americanas.

Xi afirmou que as relações sino-brasileiras "estão no melhor momento histórico" e que a harmonização das estratégias de desenvolvimento de ambos os países "avança de forma fluida".

Pequim está "disposta a trabalhar com o Brasil para aproveitar oportunidades, reforçar a coordenação e alcançar uma cooperação mais benéfica para ambas as partes", acrescentou.

O líder chinês considerou ainda que os dois países podem dar "exemplo de solidariedade e autossuficiência entre as principais potências do Sul Global e construir em conjunto um mundo mais justo e um planeta mais sustentável".

Segundo Pequim, a chamada foi feita a pedido de Lula, que informou Xi sobre os recentes avanços nas relações Brasil-EUA e reiterou a "postura de princípios" de Brasília em defesa da sua soberania.

O Presidente brasileiro elogiou a "adesão da China ao multilateralismo, a defesa das normas do comércio livre e o seu papel responsável nos assuntos internacionais".

Em julho, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 10% sobre todos os produtos do Brasil e um imposto adicional de 40% sobre alguns bens específicos, levando Brasília a solicitar à Organização Mundial do Comércio (OMC) a abertura de um processo de consultas.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou que estas tarifas poderão reduzir o PIB brasileiro em 0,16%.

Xi e Lula reuniram-se em maio passado, em Pequim, no âmbito da IV Reunião Ministerial China -- CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), ocasião em que afirmaram estar "decididos a unir-se contra o unilateralismo e o protecionismo" e manifestaram apoio a "um comércio justo baseado em regras".

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil, com as trocas bilaterais a atingirem em 2023 um recorde de 157.500 milhões de dólares (135.500 milhões de euros), gerando um excedente de 51.100 milhões (quase 44 milhões de euros) para o país sul-americano.

Recentemente, Pequim autorizou 183 novas empresas brasileiras a exportar café para o mercado chinês, pouco depois de Washington anunciar as tarifas contra os produtos do Brasil.

Além do comércio, os dois países têm reforçado a coordenação geopolítica e defendido em conjunto um cessar-fogo nos conflitos de Gaza e Ucrânia.

Apesar da aproximação bilateral, Xi faltou à cimeira anual do bloco de economias emergentes BRICS, em junho, no Rio de Janeiro, do qual China e Brasil são membros fundadores.

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