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Banco de Inglaterra mantém juros e corta estimativas de crescimento do Reino Unido

A autoridade monetária voltou a lembrar que um Brexit sem acordo implicaria uma queda acentuada da libra, uma subida da inflação e uma travagem do crescimento.

Mark Carney
Mark Carney EPA
01 de Agosto de 2019 às 12:34

O Banco de Inglaterra decidiu esta quinta-feira, 1 de agosto, manter os juros em 0,75% e deixar inalterado o seu programa de compra de ativos. As decisões foram totalmente consensuais já que mereceram o voto favorável de todos os nove membros do Comité de Política Monetária.

Após a primeira reunião desde que Boris Johnson assumiu o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, a autoridade monetária liderada por Mark Carney baixou as suas previsões de crescimento para 2019 e 2020 fixando-as em 1,3%, quando antes antecipava uma subida do PIB de 1,5% e 1,6%, respetivamente.

A revisão em baixa, que consta do relatório trimestral sobre a inflação, foi justificada com as incertezas do Brexit e o abrandamento da economia mundial.

"Estes fatores devem continuar a pesar no crescimento a curto prazo e de forma mais acentuada do que tinha sido antecipado em maio", referiram os membros do Comité de Política Monetária.

Dando escassas indicações sobre os possíveis impactos de uma saída sem acordo, o Banco de Inglaterra voltou apenas a lembrar que tal cenário implicaria uma queda acentuada da libra, uma subida da inflação e uma travagem do crescimento.

"A crescente incerteza sobre a natureza da saída da União Europeia significa que a economia poderá seguir muitos caminhos diferentes nos próximos anos", admite o Banco de Inglaterra. "O caminho apropriado da política monetária dependerá do equilíbrio dos efeitos do Brexit na procura, oferta e taxa de câmbio".

Enquanto o Brexit mantém a autoridade monetária do Reino Unido em modo de "esperar para ver", os maiores bancos centrais do mundo estão a reforçar os estímulos à economia e a começar a reverter o processo de normalização da política monetária para contrariar os efeitos da desaceleração global.

Ainda ontem, a Reserva Federal dos Estados Unidos anunciou o primeiro corte dos juros em mais de dez anos, ainda que o presidente do banco central, Jerome Powell, tenha sublinhado que este movimento não representa o início de um longo período de descidas dos juros. Já o BCE manteve os juros na última reunião, mas deverá avançar com novos estímulos em setembro.

Os investidores esperam que o próximo movimento do Banco de Inglaterra seja um corte dos juros, em vez da subida anteriormente antecipada.

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