O objetivo é que a audição do governador indigitado para o Banco de Portugal aconteça o quanto antes, depois das férias parlamentares, em setembro, assume o presidente da comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), Rui Afonso, ao Negócios, evitando a campanha eleitoral para as autárquicas.

"Pretendemos agendar a audição na primeira reunião da comissão em setembro, depois das férias parlamentares", assume o deputado do Chega. O objetivo, reconhece, "é agendar para antes da campanha para as eleições autárquicas de outubro", que vai decorrer nas duas semanas anteriores ao ato eleitoral, marcado para 12 de outubro.

A audição de Álvaro Santos Pereira na COFAP é determinante para que o processo de nomeação seja efetivado. A lei orgânica do Banco de Portugal determina que a designação do governador - e dos restantes membros do conselho de administração do Banco de Portugal - só pode ocorrer depois de "parecer fundamentado da comissão competente da Assembleia da República", no caso, a comissão de Orçamento e Finanças.

A indigitação de Santos Pereira - até aqui economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) - foi conhecida esta quinta-feira, depois da reunião do Conselho de Ministros, numa proposta do ministro das Finanças. Em conferência de imprensa, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, justificou a nomeação, dizendo que Álvaro Santos Pereira "é um profundo conhecedor da economia portuguesa e internacional, e conhecedor do sistema financeiro". "É uma voz muito reputada internacionalmente", acrescentou.

Os corredores do poder político não são estranho ao economista. Foi ministro da Economia no governo de Pedro Passos Coelho entre 2011 e 2013, mas acabou remodelado. Regressa agora para liderar o Banco de Portugal.